quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Stranger in Paradise & The Phantom of the Opera

Achei bárbaro esse video! Umas das minhas músicas preferidas, Stranger in Paradise, abrilhantando cenas do meu filme preferido, The Phantom of the Opera. Não podia deixar passar a oportunidade de postá-lo aqui. O resultado ficou maravilhoso.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Tradição X Modernidade

O escritor americano Philip Roth não gosta de e-books e das influências da tecnologia moderna que desviam a atenção das pessoas, que, para ele, reduzem a capacidade das pessoas de apreciar a beleza e a experiência estética da leitura de livros em papel. Célebre por romances como A Marca Humana, Roth acha que não há nada que ninguém possa fazer a respeito disso.
Apesar de ser usuária eventual de e-books, uma vez que esse sistema me permite ter acesso a leituras que já não se encontram disponíveis em livrarias, concordo plenamente com o ponto de vista de Roth: e-books não substituem o prazer que é ler um livro deitada na cama, apreciando cada capítulo, em silêncio e concentrada. Ler livros – de papel – é para quem não tem pressa: é para quem precisa de tranquilidade após um dia estafante ou para distrair a mente dos problemas do dia a dia.
O mundo e as pessoas estão cada vez mais velozes: já não há tempo para perder, pois a tecnologia permite que estejamos em diversas “telas” ao mesmo tempo (televisão, computadores e, mais recentemente, redes sociais como o Facebook, Orkut e Twitter). Enfim, a maioria das pessoas – principalmente a ala jovem – vive distraída, sem ater-se a assunto algum, exceto a palavras sem sentido e a imagens. Tanto o escritor José Saramago quanto o cronista Luis Fernando Veríssimo já se referiram à comunicação do futuro como sendo de grunhidos. Veríssimo, em sua crônica “De Volta ao Grunhido”, imagina, num futuro próximo, marido e mulher sentados à mesa do café, sendo que, em vez de falar, digitarão seus diálogos cada um em seu terminal. Seres volatizados, tão perdidos no ciberespaço, que nem se lembrarão mais do agradável som de uma voz.
Não são somente os livros que estão perdendo espaço no nosso mundo moderno: os telejornais também. Quem tem tempo para sentar-se à frente de uma televisão para assistir às reportagens com a família reunida e depois partir para os comentários, o que acaba se transformando numa agradável discussão, críticas e exposição de pensamentos? A cada segundo é despejada uma avalanche de informações via bytes. Pra que assistir ao telejornal, se já se sabe o que está ocorrendo no mundo inteiro a cada minuto? A tecnologia moderna está afastando cada vez mais o convívio e a comunicação entre as pessoas de uma mesma família, essa é a verdade. Afinal, como conversar com um filho que está quase o tempo inteiro na frente de um computador? Como dialogar com um cônjuge que prefere os 140 toques do Twitter à simples pergunta: “como foi o seu dia”, que homens e mulheres antigamente costumavam perguntar um ao outro?
A comunicação entre as pessoas deve ser repensada. Essa avalanche que é despejada diariamente nos portais, e que atinge apenas um leitor solitário, demonstra o quão é necessário pensar na qualidade das informações oferecidas. Quanto às exigências tecnológicas, está tudo ali: imagens, sons, hiperlinks, animações. Mas o consumo dessas notícias é cada vez mais efêmero, desinteressado, uma leitura distraída. Lê-se tudo, apreende-se quase nada. O acesso a esse tipo de conhecimento não significa, necessariamente, a sua aquisição. Muitas vezes pode representar o quanto a informação pode desinformar, uma vez que as novas tecnologias não permitem que as pessoas retenham de maneira mnemônica todas as informações que lhes é jorrada diariamente.
Por não gostar de mudanças, posso ser julgada ultrapassada ou, na pior das hipóteses, uma louca. Se ser louca é não querer ver o fim da boa literatura e nem querer retornar à pictografia (não em pedras, mas em telas); se ser louca é não desejar ter como único critério para aprendizagem apenas um computador com modem e bom provedor de linha, então terei a loucura que Blaise Pascal já afirmava no século XVII: “Este mundo está tão louco que não ser louco é outra forma de loucura”.
Como em todas as situações existenciais, é preciso apenas descobrir o ponto de equilíbrio para que a tradição e a modernidade coexistam pacificamente. Entender o porquê disso é resolver o problema chave da chamada era da comunicação.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cinco filmes que marcaram minha vida


Como não tenho nada melhor para fazer - e antes que esse blog crie teias de aranha-, vou postar os cinco filmes que mais marcaram minha vida. Filmes que assisti e gostei.


Diário de uma Paixão


Sinopse: Baseado no romance best-seller The Notebook, de Nicholas Sparks, o filme versa sobre oportunidades perdidas, amadurecimento e a força de um amor duradouro.
É um filme que surpreende pela leveza, pureza, sensibilidade e emoção. Desde o primeiro instante, somos agraciados por belíssimas paisagens, depois inundados por diálogos coerentes e um profundo carisma dos protagonistas.



Elsa & Fred

Sinopse: Elsa é uma senhora divertida, imprevisível, de espírito adolescente que conhece o triste e quieto Fred quando este torna-se seu vizinho ao perder a esposa.
Metódico e apegado à rotina durante toda a vida com a organizada esposa falecida, Fred é tocado por Elsa, que entra em sua vida e lhe ensina o prazer o de viver.
Se tratasse de fazer um resumo, poderia dizer que o filme Elsa e Fred - Um Amor de Paixão conta a história de duas pessoas que encontram mutuamente uma maneira de ultrapassar as tristezas e sofrimentos de toda uma vida, para, na última etapa, quando talvez podiam pensar que tudo já estava definido, permitirem-se ao luxo de desfrutar totalmente da aventura do amor.
São 108 minutos para boas risadas, algumas lágrimas, e sair revitalizado para a vida. Parabéns aos argentinos. Este filme é uma lição de vida.




O Fantasma da Ópera

Sinopse: O Fantasma da Ópera (The Phantom of the Opera) é um musical que narra a história de uma bela soprano, Christine Daaé, que passa a ser a misteriosa obsessão de um gênio musical conhecido como "O Fantasma da Ópera", já que ninguém o vê nem sabe quem é.
Simplesmente magnífico e grandioso. Tecnicamente, o filme é fantástico. Tem belo figurino, música e fotografia fascinantes.
Para quem curte ópera ou realmente goste de música, certamente a vontade de assistir  várias vezes a esse filme vai ser muito grande.
   Gerard Butler está fascinante como o fantasma da ópera.



V for Vendetta

Sinopse: Passado numa Londres totalitária do futuro, V de Vingança conta a história de Evey, uma jovem doce e tranquila que é salva de uma situação de vida ou morte por um vigilante mascarado, conhecido apenas por "V". Incomparavelmente carismático e ferozmente dotado na arte do combate e do logro, V, um anarquista convicto, dá início a uma revolução quando detona dois marcos da cidade de Londres e toma o controle das ondas de rádio e TV, sugerindo aos seus concidadãos a rebelarem-se contra a tirania e opressão. À medida que Evey descobre a verdade sobre o misterioso V, ela descobre também algumas verdades sobre si própria e assim emerge uma inesperada aliada no plano para trazer liberdade e justiça a uma sociedade marcada pela crueldade e tirania.
Obs.: Achei este filme inteligente, dinâmico e cheio de energia. A história é interessante e fantástica. Além disso, o ator Hugo Weaving dá um show de interpretação ao encarnar um personagem que não mostra o rosto em nenhum momento, utilizando-se apenas de jogo cênico e entonação de voz. Excedeu-se em talento, essa é a verdade.



O Demônio dos Seis Séculos (1972)

E, por último, o filme que me aterrorizou quando criança e que me assusta até hoje, cada vez que enfrento uma estrada à noite. Confesso que, durante alguns meses, tive de dormir na cama dos meus pais. Viajar era um suplício, pois eu tinha a impressão que a qualquer momento um daqueles bichos ia saltar no carro e me pegar. Nem deveria postar esse horror aqui, mas, como a ideia é informar os filmes que mais me marcaram, não tive outra alternativa. Todavia, a trama deste filme é muito bem feita, mesmo com os poucos recursos técnicos que existiam na época. Tornou-se um filme de referência, pois é o mais assustador filme de terror que já assisti.

Sinopse
Um antropólogo e sua filha descobrem um esqueleto no México e passam a ser perseguidos por estranhas criaturas que querem recuperar os restos de seu mestre, o diabo.

 

sexta-feira, 8 de outubro de 2010


O Súbito Encanto de Marina Silva

Por Arnaldo Jabor





Não, o Palácio de Inverno de São Petersburgo da Rússia em 1917 ainda não será tomado pela onda vermelha.

Não. Agora, o PT vai ter de encarar: estamos num país democrático, cultural e empresarialmente complexo, em que os golpes de marketing, os palanques de mentiras, os ataques violentos à imprensa não bastam para vencer eleições... (Por decência, não posso mostrar aqui os emails de xingamentos e ameaças que recebo por criticar o governo). O Lula vai ter de descobrir que até mesmo seu populismo terá de se modernizar. O povo está muito mais informado, mais online, mais além dos pobres homens do Bolsa-Família, e não bastam charminhos e carismas fáceis, nem paz e amor nem punhos indignados para a população votar. Já sabemos que enquanto não desatracarmos os corpos públicos e privados, que enquanto não acabarem as regras políticas vigentes, nada vai se resolver. Já sabemos que mais de R$ 5 bilhões por ano são pilhados das escolas, hospitais, estradas e nenhum carisma esconde isso para sempre. Já sabemos que administração é mais importante que utopias.

A campanha à que assistimos foi uma campanha de bonecos de si mesmos, em que cada gesto, cada palavra era vetada ou liberada pelos donos da "verdade" midiática. Ninguém acreditava nos sentimentos expressos pelos candidatos. Fernando Barros e Silva disse na Folha uma frase boa: "Dilma parece uma personagem de ficção e Serra a ficção de uma personagem." Na mosca.

Serra. Os erros da campanha do Serra foram inúmeros: a adesão falsa ao Lula, que acabou rindo dele: "O Serra finge que me ama"...

Serra errou muito por autossuficiência (seu defeito principal), demorando muito para se declarar candidato, deixando todo mundo carente e zonzo, como num coito interrompido; Serra demorou para escolher um vice-presidente (com a gafe de dizer que vice bom é o que não aporrinha), fez acusações ligando as Farc à Dilma, esculachou o governo da Bolívia ainda no início, avisou que pode mexer no Banco Central e, quando sentiu que não estava agradando, fez anúncios populistas tardios sobre salário mínimo e aposentados. Nunca vi uma campanha tão desagregada, uma campanha antiga, analógica numa época digital, enlouquecendo cabos eleitorais e amigos, todos de bocas abertas, escancaradas, diante do óbvio que Serra ignorou. Serra não mudou um milímetro os erros de sua campanha de 2002. Como os Bourbon, "não esqueceu nada e não aprendeu nada".

A campanha do primeiro turno resumiu-se a dois narcisismos em luta.

Dilma. Enquanto o Serra surfava em sua autoconfiança suicida, a Dilma, fabricada dos pés ao cabelo, desfilava na certeza de sua vitória, abençoada pelo "Padim Ciço" Lula.

Seus erros foram difíceis de catalogar racionalmente, mas os eleitores perceberam sutilezas na má interpretação da personagem, como atrizes ruins em filmes.

O sorriso sem ânimo, riso esforçado, a busca de uma simpatia que escondesse o nítido temperamento autoritário, suas palavras sem a chama da convicção, ocultando uma outra Dilma que não sabemos quem é, sua postura de vencedora, falando em púlpitos para jornalistas, sua arrogância que só o salto alto permite: ser pelo aborto e depois desmentir, sua união de ateia com evangélicos, a voracidade de militante - tarefeira, para quem tudo vale a pena contra os "burgueses de direita" que são os adversários, os esqueletos da Casa Civil, desde os dossiês contra FHC, passando pela Receita Federal (com Lina Vieira e depois com os invasores de sigilos), sua tentativa de ocultar o grande hipopótamo do Planalto que foi seu braço direito e resolveu montar uma quadrilha familiar. Além disso, os jovens contemporâneos, mesmo aqueles cooptados pelo maniqueísmo lulista, não conseguem votar naquela ostentada simpatia, pois veem com clareza uma careta querendo ser cool.

Marina. Os erros dos dois favoritos acabaram sendo o grande impulso para Marina. No meio de uma programação mecânica de marketing, apareceu um ser vivo: Marina. Isso.

Uma das razões para o segundo turno foi a verdade da verde Marina. Sua voz calma, sua expressão sincera, o visível amor que ela tem pelo povo da floresta e da cidade, tudo isso desconstruiu a imagem de uma candidata fabricada e de um candidato aferrado em certezas de um frio marqueteiro.

Marina tem origem semelhante à do Lula, mas não perdeu a doçura e a fé de vencer pelo bem. Isso passa nas imperceptíveis expressões e gestos, que o público capta.

Agora teremos um segundo turno e talvez vejamos um PSDB fortalecido pela súbita e inesperada virada. Desta vez, o partido terá de ser oposição, se defendendo e não desagregado como foi no primeiro turno, onde se esconderam todos os grandes feitos do próprio PSDB, durante o governo de FHC.

Desde 2002, convencionou-se (Quem? Por quê?) que o Lula não podia ser atacado e que o FHC não poderia ser mencionado. Diante dessa atitude, vimos o Lula, sua clone e seus militantes se apropriarem descaradamente de todas as reformas essenciais que o governo anterior fez e que possibilitaram o sucesso econômico do governo Lula, que cantou de galo até no Financial Times, assumindo a estabilização de nossa economia. E os gringos, desinformados, acreditam.

Além disso, com "medinho" de desagradar aos "bolsistas da família", ninguém podia expor mentiras e falsos dados que os petistas exibiam gostosamente, com o descaro de revolucionários "puros". Na minha opinião, só chegamos ao segundo turno por conta dos deuses da Sorte. Isso - foi sorte para o Serra e azar para a Dilma.

Ou melhor, duas sortes: O grande estrago causado pela súbita riqueza da filharada de Erenice, ali, tudo exibido na cara do povo, e o reconhecimento popular do encanto sincero de Marina.

Isso salvou a campanha errática e autossuficiente do José Serra, que apesar de ser um homem sério, competentíssimo, patriota, que conheço e respeito desde a UNE, mas que é das pessoas mais teimosas do mundo.

Duas mulheres pariram o segundo turno. Se ouvir seus pares e amigos, poderá ser o próximo presidente. Se não...

Fonte: O Estadão

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O País da Bizarrice

Lembro-me do quanto estudei quando concorri a um cargo público. Foram meses de intensa preparação, noites insones, lazer deixado de lado, amigos abandonados...
Tudo para poder suprir as diversas exigências que tal cargo requeria; inclusive, a obrigatoriedade de possuir um diploma de nível superior e diplomas, muitos diplomas, pois a prova de títulos era eliminatória.
Isso sem falar no atestado de bons antecedentes (ficha limpa), no estudo da vida pregressa, negativas em todos os cartórios... Para ocupar um cargo público é preciso estar “limpo” até no SPC e SERASA.
Ocupar um cargo público requer uma grande responsabilidade, pois o bem da comunidade em geral depende do esforço e da dedicação do servidor público. Ele não trabalha simplesmente para o Governo: trabalha para que a população seja beneficiada em troca dos impostos vultosos que paga para ter acesso à saúde, educação e segurança.
Assim deveria ocorrer com todos os candidatos a vagas de deputados, senadores, presidente da República e afins.
Para ocupar os cargos eletivos deveria ser exigido tudo o que é exigido de nós, pobres mortais, e mais um pouco.  Em primeiro lugar: estudo, cultura. Seria dirigente de um país quem tivesse longos anos de estudo, dedicação, preparação. Quem quisesse um dia ser presidente da República deveria possuir ilibada reputação, curso superior e ter passado por diversas etapas antes de chegar ao ápice de administrar o país. Para ser senador, deputado federal ou estadual, as exigências teriam que ser as mesmas que são exigidas para candidatos a juízes, procuradores, desembargadores etc. Não entendo por que é exigido tanto de candidatos a cargos nos poderes Executivo e Judiciário e tão pouco em relação ao Legislativo, uma vez que tal poder possui  o objetivo precípio de elaborar normas de direito de abrangência geral que são aplicadas a toda sociedade, objetivando a satisfação de um bem comum.
É injusto que tantas pessoas preparadas, dedicadas e bem intencionadas tenham de depender de palhaços e oportunistas que se empenham apenas em causa própria.
Que a eleição do Tiririca, uma pessoa totalmente despreparada para ocupar um cargo tão importante, sirva de alerta. A mensagem está dada: não são necessárias mudanças urgentes apenas no nosso Código Penal, mas também no sistema constitucional brasileiro.
Se o problema no Brasil é a falta de cultura, que o Congresso comece dando o exemplo.