quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Reflexão para 3 de outubro, por Luiz Fernando Oderich

Os próximos deputados federais e senadores mudarão as leis penais. Seu candidato pende para que lado - da sociedade, das vítimas e seus familiares ou dará mais regalias aos bandidos? Em 8 de março de 2006, liderados por Cleyde Prado Maya, fundadora do movimento Gabriela Sou da Paz, um grupo de familiares de vítimas de assassinato, de todo o Brasil, foi a Brasília levar um projeto de Emenda Popular. (Gabriela, filha única de Cleyde, fora vítima de bala perdida, em março de 2003, na estação São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, quando ficou no meio do fogo cruzado entre a polícia e os bandidos).
A Emenda propunha mudanças na legislação penal. Fora um trabalho árduo conseguir 1.300.000 adesões, em pelo menos cinco estados brasileiros, apenas com os recursos de pessoas de classe média. No Rio Grande do Sul, a Brasil Sem Grades liderou o movimento. Nas campanhas eleitorais, fala-se muito em participação popular, em democracia direta e do poder que emana do povo. O projeto de Emenda Popular, nesses quatro anos, ainda não foi à votação, embora, quando fomos recebidos pelo então presidente do Senado, Renan Calheiros, na frente das câmeras de TV, ele prometesse que o projeto iria à votação em um calendário especialíssimo.
Para votar as propostas vindas da sociedade, não houve tempo, mas sobrou para que um projeto de novo Código de Processo Penal fosse criado e aprovado, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Você poderia imaginar que seria para dar mais celeridade ao processo, menos impunidade, mas veja o que temos a nossa frente - dificulta ainda mais o trabalho do Ministério Público e da Polícia. Amplia a proteção ao réu. É isso que a sociedade deseja? É isso que você deseja de seu congressista? Pare, analise, pense cuidadosamente em quem você irá votar nestas eleições, principalmente para a Câmara Federal e para o Senado. Nós não queremos voltar ao tempo das masmorras e da justiça com as próprias mãos. Nós queremos uma legislação penal justa, rápida, eficaz, que valorize o trabalho daqueles que defendem a sociedade, que são as forças policiais e o Ministério Público, que agem em nosso nome. Que se permita, sim, o amplo direito de defesa, mas impeça as manobras protelatórias, as chicanas jurídicas e enfraqueça as provas apresentadas.
Nós queremos uma coisa muito simples, que não existe hoje. "Que a Justiça seja Feita". Assista ao vídeo da campanha Justiça Seja Feita no link http://www.youtube.com/brasilsemgrades07#p/a/u/1/qJZSbm0dXVk .

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O que as histórias em quadrinhos ensinam aos homens


Os homens fazem de tudo na luta incessante para desvendar o intricado, complexo e exasperante universo feminino. E nessa busca desenfreada, para não enlouquecerem, buscam alternativas um tanto insólitas para compreenderem o funcionamento da mente de uma mulher, como, por exemplo, espelhar-se nas atitudes dos super-heróis das histórias em quadrinhos. O problema é que eles se espelham nos heróis quando estes estão em estado normal, comum e debiloide (Peter Parker é um imbecil quando não está transformado no Homem - Aranha).
Bem, não custa nada você fingir que eles são realmente super-heróis e agir inteligentemente como as heroínas das HQ, ou seja, dar muito trabalho a eles. Só não vale atitudes arriscadas como: saltar de prédios altíssimos, entrar em jaulas de leões ou adentrar nos antros de vilões. Eles não vão salvá-la, creia. Afinal, sabemos que eles correm até de baratas voadoras e de mulheres com TPM.
Leiam esse artigo do João Baldi Jr, postado no blog "Papo de Homem" - voltado para eles, claro -, e teçam as próprias considerações. Está comprovado que eles se deleitam com as heroínas - Lois Lane (Super-Homem), Peggy Carter (Capitão América) e Mary Jane (Homem-Aranha) - talvez porque elas se contentem facilmente com uma farsa enquanto sonham com os verdadeiros heróis. Nada mais real, seja nas HQ ou no cotidiano feminino. Ah, já ia esquecendo das vilãs....Nessas, eles só dão porrada. Somente porrada, nada mais do que isso. E levam também.
 
5 coisas que os quadrinhos me ensinaram sobre as mulheres - Por João Baldi Jr., jornalista carioca.


Uma das grandes febres hoje em dia envolve transpor lições de um ambiente para outro. Sun Tzu ensina gestão para executivos, o voo dos patos nos ensina a conviver em grupo, Jesus dá lições de psicologia, ratos e queijos nos fazem seguir nossos objetivos e ao que parece temos muito a aprender sobre nossa vida adulta com histórias que envolvem cachorrinhos que morrem ("here’s looking at you, Marley") e outros animais, metáforas ou comparações, seja no campo do trabalho ou na área pessoal.
Porém uma área com um imenso potencial ainda tem sido pouco ou quase nada explorada: a dos quadrinhos de super-heróis e suas profundas lições sobre o gênero feminino.
Sim, exatamente isso. Ainda que visto por alguns como um nicho totalmente nerd da cultura pop, os quadrinhos de super-heróis oferecem, numa análise mais aprofundada, valiosos insights sobre como lidar com as mulheres através dos brilhantes exemplos que personagens clássicos como Super-Homem (casado com a linda repórter Lois Lane), Homem-Aranha (atualmente separado da espetacular modelo Mary-Jane Watson), Homem de Ferro (nunca casado, mas sempre bem acompanhado) ou mesmo Batman. Ok, talvez não o Batman…
Mas na média os super-heróis (exceto o Batman, como eu disse), estão sempre envolvidos com lindas mulheres, loucamente apaixonadas por eles. Mas como eles conseguem isso?
Aqui vão as cinco principais lições que estes homens superpoderosos tem a nos ensinar.


1. Seja tímido. Muito tímido. Estupidamente tímido.


Mulheres adoram homens tímidos. Peter Parker? Tímido. Clark Kent? Muito tímido. Scott Summers? Bem, digamos que existe uma razão pra ele só namorar mulheres que lêem mentes.
Mas não basta ser tímido, amigo, precisa ser muito tímido, naquele nível incapaz de articular frases muito coerentes, com dificuldades para manter a concentração diante de uma mulher e totalmente desprovido da habilidade de tomar qualquer tipo de iniciativa a não ser balbuciar coisas desconexas ou olhar para o nada.
Eu sei, eu sei, explicando assim não parece fazer muito sentido, mas quando aquela ruiva estonteante estiver na sua porta dizendo algo como "Face it, tiger, you just hit the jackpot" você vai me agradecer.


2. Suma sem dizer porque e finja que está tudo bem.


Nada impressiona mais uma mulher do que a sua capacidade de sumir durante períodos prolongados de tempo sem dar a ela nenhuma informação sobre a razão do sumiço, o seu paradeiro ou mesmo quando você vai voltar. Clark Kent sumia frequentemente sem dar nenhuma explicação e ficava tudo bem, Bruce Banner sumia durante várias noites e o relacionamento estava ok, Hal Jordan simplesmente ia pra outro planeta durante meses e era até charmoso.
Apenas sugiro que não siga o exemplo um pouco mais hardcore do Capitão América, que ficou preso num cubo de gelo durante 40 anos, porque a sua garota pode ter… não sei… morrido nesse meio tempo.


3. Tenha segredos inexplicáveis.

O conceito de sinceridade num relacionamento é algo total e completamente superestimado, como qualquer boa história de super-herói pode demonstrar. Garotas gostam de mistério, como diz aquela música do The Cribs, e quanto mais segredos, mentiras, histórias absurdas e coisas do tipo você puder ir empilhando entre vocês dois, maiores as chances de tudo dar certo.
Uma vida dupla, pais que você nunca apresenta, um emprego de fachada e aquele órfão do circo que mora na sua casa, tudo isso só serve pra apimentar a relação e torná-lo fascinante e misterioso. Se duvidar procure por "Batman" na Wikipédia.


4. Seja sempre vago em relação ao seu passado.


Ainda na linha do mistério, é sempre importante que tudo em relação ao seu passado seja absurdamente misterioso, seja pela razão que for.
Não, não falo apenas de não comentar sobre ex-namoradas ou evitar mencionar aquele problema com a polícia no Baixo Gávea, falo em termos de não contar qual é seu sobrenome, nunca citar nada que se passou na sua infância, oferecer dados desencontrados sobre sua vida ("Eu fiz parte da resistência francesa… mas não quero falar disso") e depois dizer que tudo isso tem a ver com implantes de memória, lavagem cerebral e aquele período no exército canadense.
Pode ser um pouco mais fácil se você parecer com o Hugh Jackman, claro.


5. Mulheres gostam de viver perigosamente.


Esqueça ideias machistas como conforto, tranquilidade ou rotina. Os quadrinhos nos ensinam que as mulheres gostam, na verdade, de fortes emoções, altos níveis de adrenalina, e possivelmente de ter sua vida colocada em risco com a maior frequência possível.
Pense em como a Lois Lane está sempre caindo do alto de prédios, ficando na mira de armas, sendo sequestrada por terroristas, aparecendo dentro da jaula de leões e sendo levada por civilizações alienígenas. Note se não existe aí um certo gosto pelo perigo. E claro que culpar o fato de que ela namora com o Super-Homem por isso tudo seria apenas mais uma atitude machista da nossa parte.

 

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Brasil Sem Grades lançou campanha Justiça Seja Feita!


A ONG, presidida por Luiz Fernando Oderich, realizou no dia 23 de setembro, em Porto Alegre, o Fórum Justiça Seja Feita, que teve como temática o novo Código de Processo Penal.

A ONG Brasil Sem Grades lançou a campanha Justiça Seja Feita no dia 23 de setembro, durante Fórum que teve como tema o novo Código de Processo Penal. O evento aconteceu no Ritter Hotéis (Largo Vespasiano J. Veppo, 55), em Porto Alegre. Na ocasião, foi lançado o vídeo da campanha, desenvolvida pela agência Competence, com a participação de pais, mães e filhos - cujos familiares foram vitimados pela violência e os criminosos continuam  impunes. Os participantes do evento foram o presidente da BSG, Luiz Fernando Oderich; o promotor de Justiça, Mauro Fonseca  Andrade e o deputado federal Osmar Terra.

A ideia do Fórum foi de chamar a atenção da sociedade para falhas existentes no novo CPP. “Os retrocessos são muitos, mas os dois pontos cruciais são o juiz das garantias e o juiz-defensor. Diz o novo código que, se o juiz atua na fase da investigação, ele não pode atuar na fase do processo, por isso, ele cria o juiz das garantias para atuar durante a investigação. O problema é que, para cada fato, serão necessários dois juízes. É uma burocratização. Se tornará um grande problema nas cidades pequenas, onde só há um juiz e resultará em mais demora. Em relação ao segundo, o novo texto diz que, se o juiz quiser alguma prova que nem a acusação nem a defesa apresentaram, ele só pode pedi-la se for a favor do réu, nunca em favor do Ministério Público. Isso é um absurdo e uma injustiça”, enfatizou Luiz Fernando Oderich.

O evento teve a presença de parceiros da entidade e pessoas ligadas aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. “É necessário discutir e analisar profundamente este novo Código, pois chega de impunidade no Brasil, onde os criminosos estão soltos e a sociedade, literalmente, atrás das grades das suas residências”, ressalta Oderich. Mais informações pelo telefone (51) 3333.7070 ou www.brasilsemgrades.org.br.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Justiça Seja Feita



O Congresso Nacional está prestes a aprovar uma reforma do atual Código do Processo Penal que consegue PIORAR a situação presente! Membros do Ministério Público do RS e voluntários da BSG estão preparando uma proposta alternativa a ser levada a Brasília como EMENDA POPULAR.
Para tanto, necessitaremos coletar assinaturas de 1% dos eleitores (cerca de 1.300.000 pessoas), de cinco diferentes Estados. Imaginamos que nosso projeto esteja pronto para colher assinaturas em julho de 2011. Quando a proposta estiver pronta, precisaremos de sua participação para arrecadar subscrições. Caso esteja disposto a nos ajudar, deixe os seus dados para entrarmos em contato posteriormente.

Assista ao vídeo da campanha



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Uma Voz no Vento

Ainda podemos adormecer as palavras que ficaram demasiado perto do silêncio. Esconde o medo e vê como é imenso tudo o que não te disse.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Infidelidade Masculina

Mími (acento agudo no primeiro “i” mesmo) foi encontrada por mim em abril deste ano. É uma gata tricolor linda, peluda, cruza de angorá com só Deus sabe, mas chamou-me a atenção por ser carinhosa com todos os transeuntes da rua. Durante duas semanas ela ficou ali, sendo alimentada por todos, mas ninguém a levava pra casa. Até que um dia, numa noite fria e ventosa, compadecida da pobrezinha, levei-a para casa. Antes, tive de fazer um rancho no supermercado: caixinha para as necessidades, areia especial (cara pra burro), ração (cruzes! mais cara ainda), sabonete antipulgas e biscoitinhos em forma de corações. Um mimo para compensar o sofrimento da abandonada.

Eu ficava fora o dia inteiro e, quando retornava, notava que a bichana parecia estar triste e depressiva, atirada em cima da estante da sala, tentando ver um pedaço da rua. As janelas não eram teladas e eu as mantinha fechadas. Comecei a ficar com pena dela. Mesmo sabendo que gatos são independentes e que ficam bem sozinhos, senti que aquele bichinho não estava acostumado com a solidão. Fui atrás de pessoas que pudessem ficar com ela, dar-lhe todo o amor e carinho que precisava. A cada interessado, eu fazia perguntas de como seria a vida dela no novo lar. Risquei os pretendentes. Como me tornei responsável pelo bem-estar dela, não podia deixá-la pior do que já estava. Até que surgiu uma fada madrinha: a mãe da minha nora. Ela já possuía um gato e gostaria de ter uma companheira para ele. No dia em que a levei, fui preparada para trazê-la de volta, caso ela e o “futuro marido” não se acertassem ou que ela não se adaptasse no novo lar. Para minha alegria, ambos se apaixonaram à primeira vista. Confesso que eu também me apaixonei por aquele gatarrão lindo, enorme e com olhos verdes sedutores. Mími não só estava num palácio com um lindo jardim, onde teria toda a liberdade do mundo para exercitar-se, como havia encontrado um príncipe encantado. Após dois dias sondando o novo lar, ela então se aventurou a passear com o Caco. Contam-me que ela está feliz da vida, inseparável do companheiro, e os dois são vistos pelos telhados da casa ou em cima de uma árvore, só retornando para alimentar-se ou para dormir no colo de seus donos.

Que inveja eu senti da Mími! Ela conseguiu o que todas nós, exceto as feministas radicais, sonhamos encontrar na vida: um parceiro para aventuras, bonito, sensual e protetor. Até que pensei: agora ela está no sétimo céu, mas ele é macho. Quando passar a novidade de ter uma “fêmea” ou quando ela ficar velha, vai traí-la e pular a cerca. Trair faz parte da natureza de qualquer macho, seja plantígrado ou quadrúpede.

Toda essa história (verídica) é para falar sobre a infidelidade masculina. Em 2008, Arnaldo Jabor escreveu um artigo sobre o tema. Só resolvi postá-lo aqui porque o mesmo foi publicado novamente no Jornal O Sul do dia 07/09/2010.

Ei-lo; após, as minhas considerações a respeito:

Infidelidade Masculina: numa visão real e verdadeira de Arnaldo Jabor.

Foi lendo um monte de besteiras que as mulheres escrevem em livros sobre o “universo masculino”, que resolvi escrever esse e-mail. Não tenho objetivo de revelar os segredos dos homens, mas, amigos, desculpem-me, não se trata de quebrar nosso código de ética. Isso vai ajudar as mulheres a entenderem os homens e, enfim, pararem de tentar nos mudar com métodos ineficazes.

Vou começar de sola. Se não estiver preparada nem continue a ler. E digo com segurança: o que escrevo aqui se aplica a 99,9% dos homens baianos e brasileiros (sem medo de errar).

1º. Não existe homem fiel. Você já pode ter ouvido isso algumas vezes, mas afirmo com propriedade. Não é desabafo. É palavra de homem que conhece muitos homens e que conhecem, por sua vez, muitos homens. Nenhum homem é fiel, mas pode estar fiel, ou porque está apaixonado (algo que não dura muito tempo; no máximo alguns meses – nem se iluda) ou porque está cercado por todos os lados (veremos adiante que não adianta cercá-lo: isso vai se voltar contra você). A única exceção é o crente extremamente convicto, mas aguente as outras consequências.

2º. Não desanime. O homem é capaz de te trair e de te amar ao mesmo tempo. A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer a lascívia. Não é como a da mulher. Mulher tem que admirar para trair; ter algum envolvimento. O homem só precisa de uma bunda. A mulher precisa de um motivo para trair, o homem precisa de uma mulher.

3º. Não fique desencantada com a vida por isso. A traição tem seu lado positivo. Até digo, é um mal necessário. O cara que fica cercado, sem trair, é infeliz no casamento; seu desempenho sexual diminui (isso mesmo, o desempenho com a esposa diminui), ele fica mal da cabeça. Entenda de uma vez por todas: homens e mulheres são diferentes. Se quiser alguém que pense como você, vire lésbica (várias já fizeram isso e deu certo), ou case com um veado enrustido que precisa de uma mulher para se enquadrar no modelo social. Todo ser humano busca a felicidade, a realização. E a realização nada mais é do que a sensação de prazer (isso é química, tudo no cérebro). A mulher se realiza satisfazendo o desejo maternal, com segurança de ter uma família estruturada e saudável, com um bom homem ao lado que a proteja e lhe dê carinho.

O homem é mais voltado para a profissão e para a realização pessoal e a realização pessoal dele vem de diversas formas: pode vir com o sentimento de paternidade, com uma família estruturada etc., mas nunca vai vir se não puder ter acesso a outras fêmeas e se não puder ter relativo sucesso na profissão. Se você cercar seu homem (tipo, mulher que é sócia do marido na empresa; o cara não dá um passo no dia-a-dia sem ela) você vai sufocá-lo de tal forma que ele pode até não ter espaço para lhe trair, mas ou seu casamento vai durar pouco, ou ele vai ser gordo (vai buscar a fuga na comida) e vai ser pobre (porque não vai ter a cabeça tranquila para se desenvolver profissionalmente. Vai ser um cara sem ambição e sem futuro).

4º. Não tente mudar para seu homem ser fiel. Não adianta. Silicone, curso de dança sensual, se vestir de enfermeira, etc... Nada disso vai adiantar. É lógico que quanto mais largada você for, menor a vontade do homem de ficar com você e maior as chances do divórcio.

Se ser perfeita adiantasse, Julia Roberts não tinha casado três vezes. Até Gisele Bündchen foi largada por Di Caprio, não é você que vai ser diferente (mas é bom não desanimar e sempre dar aquela malhadinha). O segredo é dar espaço para o homem viajar nos seus desejos: na maioria das vezes, quando ele não está sufocado pela mulher ele nem chega a trair, fica só nas paqueras, troca de olhares. Finja que não sabe que ele dá umas pegadas por fora. Isso é o segredo para um bom casamento. Deixe ele se distrair, todos precisam de lazer.

5º. Se você busca o homem perfeito, pode continuar vendo novela das seis. Eles não existem nesse conceito que você imagina. Os homens perfeitos de hoje são aqueles bem desenvolvidos profissionalmente, que traem esporadicamente (uma vez a cada dois meses, por exemplo), mas que respeitam a mulher, ou seja, não gastam o dinheiro da família com amantes, não constituem outra família, não traem muitas vezes, não mantêm relações várias vezes com a mesma mulher (para não criar vínculos) e, sobretudo, são muito discretos: não deixam a esposa saber (e nem ninguém da sua relação, como amigas, familiares, etc.). Só, e somente só, um ou outro amigo DELE deve saber, faz parte do prazer do homem contar vantagem sexual. Pegar e não falar para os amigos é pior do que não pegar. As traições do homem perfeito geralmente são numa escapulida numa boate, ou com uma garota de programa (usando camisinha e sem fazer sexo oral nela), ou mesmo com uma mulher casada de passagem por sua cidade. O homem perfeito nunca trai com mulheres solteiras. Elas são causadoras de problemas. Isso remete ao próximo tópico.

6º. ESSE TÓPICO NÃO É PARA AS ESPOSAS - É PARA AS SOLTEIRAS OU AMANTES: Esqueçam de uma vez por todas esse negócio de que homem não gosta de mulher fácil. Homem adora mulher fácil. Se “der” de prima então, é o máximo. Todo homem sabe que não existe mulher santa. Se ela está se fazendo de difícil ele parte para outra. A demanda é muito maior do que a procura. O mercado está cheio de mulher gostosa. O que homem não gosta é de mulher que liga no dia seguinte. Isso não é ser fácil, é ser problemática. Ou, como se diz na gíria, é pepino puro. O fato de você não ligar para o homem, e ele gostar de você, não quer dizer que foi por você se fazer de difícil, mas sim, por você não representar ameaça para ele. Ele vai ficar com tanta simpatia por você que você pode até conseguir fisgá-lo e roubá-lo da mulher. Ele vai começar a se envolver sem perceber. Vai começar a te procurar. Se ele não te procurar era porque ele só queria aquilo mesmo. Parta para outro e deixe esse em stand by. Não vá se vingar, você só piora a situação e não lucra nada com isso. Não se sinta usada, você também fez uso do corpo dele - faz parte do jogo; guarde como um momento bom de sua vida.

7º. 90% dos homens não querem nada sério. Os 10% restantes estão momentaneamente cansados da vida de balada ou estão ficando com má fama por não estarem casados ou enamorados; por isso procuram casamento. Portanto, são máximas as chances do homem mentir em quase tudo que te fala no primeiro encontro (ele só quer te comer, sempre). Não seja idiota, aproveite o momento, finja que acredita que ele está apaixonado e dê logo para ele (e corra o risco de fisgá-lo) ou então nem saia com ele. Fazer doce só agrava a situação, estamos em 2008 e não em 1958. Esqueça os conselhos da sua avó, os tempos são outros.

8º. Para ser uma boa esposa e para ter um casamento pelo resto da vida faça o seguinte: Tente achar o homem perfeito do 5º item, dê espaço para ele. Não o sufoque. Ele precisa de um tempo para sua satisfação. Seja uma boa esposa, mantenha-se bonita, malhe, tenha uma profissão (não seja dona de casa), seja independente e mantenha o clima legal em casa. Nada de sufocos, de “conversar sobre a relação”, de ficar mexendo no celular dele, de ficar apertando o cerco, etc. Você pode até criar 'muros' para ele, mas crie muros invisíveis e não muito altos. Se ele perceber ou ficar sem saída, vai sentir-se ameaçado e o casamento vai começar a ruir.

A última dica:

9º. Se você está revoltada por este e-mail, aqui vai um conselho: vá tomar uma água e volte para ler com o espírito desarmado. Se revoltar quanto ao que está escrito não vai resolver nada em sua vida. Acreditar que o que está aqui é mentira ou exagero pode ser uma boa técnica (iludir-se faz parte da vida, se você é dessas, boa sorte!).

Mas tudo é a pura verdade. Seu marido/noivo/namorado a ama, tenha certeza, senão não estaria com você, mas trair é como um remédio; um lubrificante para o motor do carro. Isso é científico.
O homem que você deve buscar para ser feliz é o homem perfeito do item 5º. Diferente disso ou é crente, ou veado ou tem algum trauma (e na maioria dos casos vão ser pobres). O que você procura pode ser impossível de achar, então, procure algo que você pode achar e seja feliz ao invés de passar a vida inteira procurando algo indefectível que você nunca vai encontrar.
Espero ter ajudado em alguma coisa. Agora, depois de tudo isso dito, cadê a coragem de mandar este e-mail para minha mulher?

Considerações da Loba Escaldada:

Bem, se nem ele teve coragem de mandar o que escreveu para a mulher dele, o que posso dizer a respeito?
Cafajeste é cafajeste, não importa o estado civil, idade, cor ou religião (não vou citar a opção sexual porque os gays costumam ser fiéis). Chame o “seu infiel” do que quiser: galinha, filho da mãe, insensível, ladrão de coração, copulador irrefreável, promíscuo, safado, sem vergonha, idiota ou retardado sentimental. Vale até palavrões. Dercy Gonçalves vivia dizendo palavrões e viveu mais de 100 anos. Deve ter algo de terapêutico em proferir impropérios. Só não rogue pragas para o coitado e nem deseje que ele fique impotente. A vida do infiel já é uma droga, imagina se ficar pior? E a Lei da Ação e da Reação? Tudo pode voltar-se contra você e sua vida ficar um inferno (e você tornar-se frígida). O melhor é aceitar que o coitado é um sujeito muito ocupado (afinal, transar com tudo o que se move e respira ocupa muito tempo) e deixá-lo em paz. Acho melhor você buscar um menos cafajeste ou só apaixonar-se por cachorros de quatro patas. Sinceramente, acho que ainda vale a pena um cafajeste. Pelo menos, ele faz cocô e xixi na privada e não no tapete ou nas pernas da mesa. E a cada duas semanas (ou menos, dependendo do quanto você é gostosa) – isso quando não faz você chorar rios de lágrimas sobre um vidro de Rivotril-, ainda a leva para passear. É tudo uma questão de ter atitude, não deixar-se iludir e aproveitar os bons momentos, caso você goste dele ou não se dê muito valor. Como diz o ditado:

“Um homem, na fase da conquista, administra uma mulher do pescoço para baixo. Quando consegue cativá-la, não sabe como administrá-la do pescoço para cima”.

É nessa hora que cabe a uma mulher agir com inteligência.
Beijos e espero ter correspondido ao pedido da amiga M., que me pediu que postasse algo a respeito sobre homens infiéis.

A ausência completa de humor torna a vida impossível. Sorria! Mau humor não modifica o destino de ninguém.

sábado, 11 de setembro de 2010

Em que esquina dobrei errado?

Quanta gente perde a vida que almejou por ter virado numa esquina que não conduzia a lugar algum?

Aconteceu em Paris. Estava sozinha e tinha duas horas livres antes de chamar o táxi que me levaria ao aeroporto, de onde embarcaria de volta para o Brasil. Mala fechada, resolvi gastar esse par de horas caminhando até a Place des Voges, que era perto do hotel. Depois de chuvas torrenciais, fazia sol na minha última manhã na cidade, então Place des Voges, lá vou eu. E fui.

Sem um mapa à mão, tinha certeza de que acertaria o caminho, não era minha primeira vez na cidade. Mas por um desatino do meu senso de orientação, dobrei errado numa esquina. Em vez de ir para a esquerda, entrei à direita. Mais adiante, aí sim, virei à esquerda, mas não encontrei nenhuma referência do que desejava. Segui reto: estaria a Place des Voges logo em frente? Mais umas quadras, esquerda de novo. Gozado, era por aqui, eu pensava. Não que fosse um sacrifício se perder em Paris, mas eu parecia estar mais longe do hotel do que era conveniente. Mais caminhada, e então, várias quadras adiante, não foi a Place des Voges que surgiu, e sim a Place de la Republique. Eu tinha atravessado uns três bairros de Paris, mon Dieu.

Perguntei a um morador o caminho mais curto para voltar à rua onde ficava meu hotel, e ele me apontou um táxi. Teimosa, pensei: ainda tenho um tempinho, voltarei a pé. E assim foram minhas duas últimas horas em Paris, uma estabanada andando às pressas, saltando as poças da noite anterior, olhando aflita para o relógio em vez de flanar como a cidade pede. Cheguei bufando no hotel, peguei minha mala e, por causa da correria, esqueci no hall de entrada uma gravura linda que havia comprado e que planejava trazer em mãos no voo. Tudo por causa de uma esquina que dobrei errado.

Foram apenas duas horas inúteis e cansativas, e duas horas não é nada na vida de ninguém. Mas quanta gente perde a vida que almejou por ter virado numa esquina que não conduzia a lugar algum?

Alguns desacertos pelo caminho fazem a gente perder três anos da nossa juventude, fazem a gente perder uma oportunidade profissional, fazem a gente perder um amor, fazem a gente perder uma chance de evoluir. Por desorientação, vamos parar no lado oposto de onde nos aguardava uma área de conforto, onde encontraríamos pessoas afetivas e uma felicidade não de cinema, mas real. Por sair em desatino sem a humildade de pedir informação a quem conhece bem o trajeto ou de consultar um mapa, gastamos sola de sapato à toa e um tempo que ninguém tem para esbanjar. Se a vida fosse férias em Paris, perder-se poderia resultar apenas numa aventura, mesmo com o risco de o avião partir sem nós. Mas a vida não é férias em Paris, e aí um dia a gente se olha no espelho e enxerga um rosto envelhecido e amargurado, um rosto de quem não realizou o que desejava, não alcançou suas metas, perdeu o rumo: não consegue voltar para o início, para os seus amores, para as suas verdades, para o que deixou pra trás. Não existe GPS que assegure se estamos no caminho certo. Só nos resta prestar mais atenção.

*Texto de Martha Medeiros

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Tipos de Ex-Mulher

*Por Martha Mendonça (colunista da Revista Época)

Ontem, no post que escrevi sobre o bebê da Nova Família, muita gente ficou me perguntando sobre qual foi, afinal, a reação da ex-mulher do marido da minha amiga. A curiosidade geral me inspirou a fazer uma lista dos tipos de ex-mulher. Inspirei-me nas amigas que são ex e nas amigas que sofrem com as ex (e em mim mesma, que sou ex e casada com um homem que tem uma ex).

Muitas variáveis definem a que categoria uma ex-mulher vai pertencer: criação, temperamento, o acaso (ela pode conseguir um homem bem melhor no dia seguinte…), mas duas são muito importantes: se eles tiveram filhos juntos e, QUEM quis se separar. Isso muda tudo, não? Outra coisa: algumas podem misturar duas ou mais categorias.

Então veja a lista abaixo. E se tiver mais uma classificação, diz-me que eu acrescento no post (e outro dia faço os tipos de ex-marido).

Mala

Ela é dependente, grudenta e não aproveitou a separação para aprender a trocar lâmpada, fazer a manutenção do carro e preencher o formulário do Imposto de Renda. Como não se casou de novo com um eletricista-mecânico-contador, fica pedindo ajuda ao antigo. Se tem filhos, não consegue ter autoridade sobre eles e telefona todas as noites pra dizer: “não aguento mais as malcriações do Pedrinho, você tem que dar um jeito no seu filho”.

Alienadora

Nunca se conformou com a separação e usa as crianças para se vingar do ex-marido. Fala mal dele o tempo todo e faz a cabeça dos filhos para não gostarem ou dizerem que não querem ir para a casa do pai, faz chantagem emocional com os pequenos, inventa festas e compromissos nos fins-de-semana do ex. Vive descumprindo os acordos para se dar bem ou simplesmente para tirar o ex-marido do sério – simplesmente porque este é seu esporte preferido: como ela não tem mais o amor dele, é a única forma que tem de chamar atenção.

Monstra

Essa faz tudo que a alienadora faz, com um acréscimo: é agressiva. É capaz de passar a chave para arranhar todo o carro dele enquanto o cara está passeando com o filho, nas festas escolares esconde a criança do pai e é capaz de bater nas novas namoradas do ex-marido (eu conheço uma assim).

Maternal

Ela separou do cara, mas adora cuidar dele, como uma mãe ou uma espécie de conselheira. Decorou o novo apartamento dele, faz algumas compras de supermercado (especialmente para os próprios filhos terem o que comer nos fins de semana que estão com ele), ajuda a escolher roupas de um evento. Ele é muito dependente da ajuda e da opinião dela e não consegue abandonar totalmente a casa antiga (conheci um que só conseguia fazer o número 2 na casa da ex).

Sumida

Eles não tiveram filhos e nem adquiriram patrimônios juntos. Então separar é bem parecido com terminar um namoro. Cada um pro seu lado. Às vezes se falam nos aniversários e no Natal. Às vezes nem isso.

Ioiô

Ela consegue ser feliz e não incomodar quando está namorando. Mas se leva um pé-na-bunda, curte logo uma nostalgia e volta a cercar o ex. “Cercar” significa tanto encher o saco quanto tentar seduzir.

Rebeca

Ela é linda, maravilhosa, poderosa – e foi ela quem quis se separar. Ou seja: será para sempre a mulher inesquecível. She rules. Mesmo que ele não tenha qualquer intenção de voltar de verdade para ela, sempre se sentirá seduzido e fará vontades.

Parente

Depois da separação (consensual ou por vontade dela), virou uma espécie de irmã ou prima dele: tem afeto, mas zero de interesse sexual. Convivem, vão comer pizza com os filhos e os novos parceiros de cada um e até passam o Natal juntos.

Apaixonada

É a Jeniffer Aniston. Foi abandonada, mas não fala mal dele por aí. Não consegue esquecê-lo e nunca engata direito outro relacionamento. No fundo, tem esperança de um dia reconquistá-lo.

Fantasma

Eles ficaram um bom tempo casados, têm filhos, foi ele quem quis separar, ela ficou triste, mas aceitou. Nunca arrumou encrenca com ele e vive a vida – com ou sem filhos – sem arrumar confusão, sem alienar as crianças e sem implicar com as namoradas dele. Essa não existe.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Morte Inventada - Um Filme Sobre Alienação Parental

O documentário longa-metragem “A Morte Inventada” (2009), do diretor Alan Minas e da Caraminhola Produções, trata do assunto do meu último post, sobre a Síndrome da Alienação Parental. O documentário resultou depois que o próprio diretor sofreu na carne o que é ser vítima de uma mulher alienadora.

SINOPSE

O filme revela o drama de pais e filhos que tiveram seus elos rompidos por uma separação conjugal mal conduzida, vítimas da Alienação Parental. Os pais testemunham seus sentimentos diante da distância, de anos de afastamento de seus filhos. Os filhos que na infância sofreram com esse tipo de abuso, revelam de forma contundente como a AP interferiu em suas formações, em seus relacionamentos sociais e, sobretudo, na relação com o genitor alienado. O filme também apresenta profissionais de direito, psicologia e serviço social que discorrem sobre as causas, condições e soluções da questão.

“O sentimento incontrolável de culpa se deve ao dado de que a criança, quando adulta, constata que foi cúmplice inconsciente de uma grande injustiça.”



domingo, 5 de setembro de 2010

Síndrome de Alienação Parental: O que é isso?

A ONG Brasil sem Grades (www.brasilsemgrades.org.br), na qual sou voluntária, além de campanhas visando o enfrentamento ao crime e prevenção às drogas, também é voltada ao planejamento familiar e à paternidade responsável. O projeto “Pai? Presente!” está para se tornar projeto de lei, com alcance em todo o RS. A iniciativa surgiu a partir de estudos mostrando que a falta da figura paterna é um dos fatores que leva ao uso de drogas e à evasão escolar. O projeto Pai? Presente! visa identificar menores que não têm o nome do pai no registro de nascimento e procurar o familiar para assumir a responsabilidade pelo filho. A ação "Pai? Presente!" teve início em março de 2010 no município de São Sebastião do Caí/RS. A iniciativa tem o engajamento da BSG, Defensoria e Ministério Público, cartório de registros, Hospital Sagrada Família e da prefeitura do município.
Acontece que, à medida que a campanha avança, fatos novos vêm ocorrendo. Pais desesperados enviam e-mails, relatando casos onde são as mães que não permitem que os mesmos assumam seus filhos. Afastam seus filhos da figura paterna. Impedem-nos de serem responsáveis pela prole. Lutar pela paternidade responsável já não é mais obrigar o pai a registrar seus filhos, mas também obrigar mães cruéis a permitirem que os pais também sejam responsáveis pela educação daqueles que geraram.
Mesmo depois de mais de um ano de aprovação da Lei nº 11.698/08 (Guarda Compartilhada), ainda existem pais/mães contrários à aplicação da Guarda Compartilhada aos seus casos concretos, e lançam mão dos recursos da Alienação Parental de manipular emocionalmente seus filhos menores para que passem a odiar o outro pai/mãe, com argumentos inverídicos, mas suficientemente graves e convincentes para mobilizar as autoridades para impedir as visitas (e até, suspender o poder familiar, anterior “pátrio poder”), com acusações de agressão física ou molestação sexual, procedentes ou não. Além de ser um entrave à aplicabilidade da Guarda Compartilhada, será uma manobra sórdida para afastar o outro pai/mãe do convívio, objetivando a destruição definitiva dos vínculos parentais – causando graves prejuízos psíquicos aos filhos e a desmoralização do pai/mãe acusado e excluído.
Uma das formas mais sórdidas de alienação parental – e que caracteriza o nível grave da Síndrome de Alienação Parental - vai além das habituais estratégias para bloquear o contato da criança com o genitor, como não dar recados deixados por telefone ou “esquecer” de avisar sobre a festa no colégio. As falsas acusações de abuso sexual têm sido identificadas cada vez mais nas delegacias de polícia. Consiste em sabotar a aplicabilidade da Guarda Compartilhada através das acusações falsas de abuso sexual, induzindo-os a formularem relatos incoerentes, mas que pela repetitividade, são fixados como falsas memórias . E, para isso, o(a) alienador perde a noção do bem-senso, faz “peregrinação” com a criança por profissionais até encontrar quem emita laudos que “atestam” a ocorrência do abuso.


O(a) alienador(a) age desta forma sórdida devido ao seu perfil psicológico:

• Papel de “vítima” perante os outros (profissionais, amigos, Judiciário);
• Esquizo-paranoide: faz uma divisão rígida das pessoas em “boas” (a favor dela) e “más” (contra ela), e sente-se perseguida, injustiçada, indefesa;
• Psicopata: não sente culpa ou remorso; não tem a mínima consideração pelo sofrimento alheio - nem dos filhos -, e não respeita leis, sentenças, regras.

Todavia, no último dia 07/07, os senadores da Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovaram o PLC nº 20/2010 de autoria do deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), originalmente denominado PL nº 4.053/2008, que define e pune quem pratica a chamada síndrome da alienação parental. O texto do PLC foi aprovado na íntegra em relação ao PL original.
Conforme o art. 2º do PLC nº 20/2010, “Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”, e seus incisos apresentam alguns exemplos de condutas que podem caracterizar o ato, como realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade, impedir o pai/mãe não-guardião(â) de obter informações médicas ou escolares dos filhos, criar obstáculos à convivência da criança com o pai/mãe não-guardião(â) e familiares deste(a), apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar sua convivência com a criança ou adolescente, ou mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
Por ter caráter terminativo, o projeto não precisa passar por votação no plenário e vai direto para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para entrar em vigor.


Importante: A Lei da Alienação Parental será aplicada a todos os processos em andamento, e não apenas a processos protocolados a partir da assinatura presidencial. Processos com sentença negando a alienação ou punição quando a alienação for existente poderão ser reabertos ou peticionar novos processos.


As sanções penais:


Com o PLC nº 20/2010, quem colocar os filhos contra os pais depois do divórcio pode ter penas que variam de advertência, multa, ampliação de convivência da criança com o pai/mãe afastado(a), até a perda da guarda da criança ou adolescente, ou mesmo da autoridade parental. A lei se aplica também a avós ou outros responsáveis pela criação dos jovens.
Aqueles que apoiam a aprovação deste Projeto principalmente as entidades que lutam pela parentalidade responsável e equitativa da criança com ambos os pais, acreditam que não haverá obstáculos, de qualquer ordem, para que o Presidente o transforme em Lei, o que será uma grande vitória para aqueles que estão, por vezes há anos, impedidos de conviver com seus filhos, por imposições arbitrárias e desmedidas de quem tenha interesse na destruição de vínculos afetivos essenciais para o desenvolvimento saudável e equilibrado de seus próprios filhos! Afinal, o direito de convivência é da criança, e é inalienável e imprescritível.


Finalizando:

As mudanças estão aí, conclamando todos nós pais, filhos, profissionais, juristas, legisladores, instituições publicas e privadas a modificamos nossa postura, nossa mentalidade e nossas atitudes. Da mesma forma como a sociedade passou da arcaica estrutura patriarcal a um contexto mais participativo e igualitário, as políticas públicas, os projetos privados e as iniciativas (remuneradas ou não) terão que corresponder a essas novas demandas sociais. São importantes desafios, mas o resultado será a formação de novas gerações de crianças/adolescentes saudáveis, amadurecidos, compreensivos, tolerantes, íntegros, com vínculos afetivos e sociais fortalecidos! Pode-se desejar um lucro maior do que este?

Conforme excerto do poema de Thiago de Mello:


...Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor....


Meu recado: Mães alienadoras, não esqueçam que o amor que está no coração de um pai que luta por seu filho é eterno. Por mais escaldadas que estejam em relação aos homens, não permitam que o ódio que lhes habita o coração sobrepuje suas melhores intenções para com seus filhos. Usar os filhos como armas de vingança, decididamente não é amor.

Fontes:


-Dra. DENISE MARIA PERISSINI DA SILVA-Psicóloga clínica e jurídica em São Paulo; pós-graduanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UNISA; autora da obra Psicologia Jurídica no Processo Civil Brasileiro (Rio de Janeiro: Forense, 2009), Guarda Compartilhada e Síndrome de Alienação Parental: o que é isso? (Campinas: Autores Associados, 2010) e Mediação e Guarda Compartilhada – conquistas para a família (Curitiba, Juruá, 2010) e de outros artigos na área da Psicologia Jurídica de Família;


- ONG Brasil sem Grades – News Letter.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Por que as pessoas gritam?

Certa vez, Mahatma Gandhi perguntou: - “Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?”
Um dos discípulos respondeu: “Porque perdemos a calma”.
- “Mas, por que gritar se a outra pessoa está ao seu lado?” - questionou.
Outro discípulo retrucou: “Gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça.”
-“Então, não pode ser dito em voz baixa?”
Em meio às várias respostas, Gandhi esclarece: “Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. E, para cobrir essa distância, precisam gritar para se escutarem. Quanto mais aborrecidas, mais forte gritarão para ouvir um ao outro e cobrir a distância que os separam. Por outro lado, quando duas pessoas estão enamoradas, não gritam; falam suavemente e até sussurram. E conclui: quando discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta”.

Sempre evitei as pessoas que gostam de “ganhar no grito” ou que elevam a voz quando não possuem argumentos válidos. Meus ouvidos desde cedo foram treinados a ouvir apenas sons agradáveis, melodiosos. Prova disso é que aos cinco anos já escutava Danielle Licari, com sua voz de anjo, e dormia ao som de Bach, Beethoven e Mozart.
Quem nunca se retraiu ao som desagradável da voz de uma pessoa raivosa? Quem nunca foi ferido por palavras ríspidas, proferidas por uma pessoa tão estimada?
Palavras têm o poder de sensibilizar até os corações mais empedernidos, mas, quando ditas aos berros, geram tempestades destruidoras.
Dois grandes filmes me sensibilizaram mais pelas frases famosas do que pelo enredo.
Quem não se lembra das célebres frases dos filmes “Em algum Lugar do Passado” e “Love Story?
No primeiro, a personagem de Jane Seymour dizia: “E o amor, muito amado, fala manso”, ou seja, é preciso falar mansamente quando tratamos com as pessoas que amamos, para não feri-las, magoá-las.
No segundo, Jenny dizia ao Oliver, cada vez que ele desculpava-se por tê-la magoado: “Amar é jamais ter de pedir perdão”. Quem ama, enfim, não dá motivos para ser perdoado.
Mais contemporânea é a frase de Rainer Maria Rilke: “Se eu gritar, quem poderá ouvir-me, nas hierarquias dos anjos?”
E, se anjos existem, dois representantes deles encontram-se aqui, na orbe terrestre. São Jean-Baptiste Maunier, ator do filme “Os Coristas”, e Clemence Saint Preux, filha do compositor francês Saint Preux. Para quem não sabe, a música “Concerto para une voix” é de autoria dele, e foi composta em 1969.
Para quem gosta de gritar, sugiro que aperfeiçoe o vibrato vocal treinando com essa música de Saint Preux - que se parece mais com um exercício vocal, devido à ausência de palavras – e troque as palavras ríspidas e os berros por um tom mais agradável aos ouvidos dos pacíficos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Tangos ou Tragédias?

Por ocasião da minha formatura, em meados de 1988, era preciso escolher um texto para estampar os convites. Sugeri um texto do Fernando Sabino, o qual foi imediatamente aceito. Éramos jovens, cheios de energia, iniciando no mercado do trabalho e sabedores do quão difícil seriam nossas jornadas, não mais como estudantes universitários, mas como bacharéis.

A vida nos mostra que, na verdade, jamais podemos saber de tudo. E quando pensamos saber, algo pode interromper essa presunção de sabedoria. Mas é preciso recomeçar sempre, não mais como meros aprendizes, mas como veteranos na arte de transformar uma queda num passo de dança, pois, de tudo o que nos permitimos iniciar, a única certeza que podemos ter é que tudo pode terminar um dia, seja lá por que motivo for.

Eis o texto que estampou o meu convite de formatura:

“De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!”

E para ratificar essas palavras – as quais jamais esquecerei-, posto neste espaço o vídeo que mais gosto de assistir. Quando tenho de recomeçar, em vez de pensar em tragédias, penso em tangos. Nada como uma boa dose de sensualidade para espantar as tristezas.