sábado, 10 de novembro de 2012

Minha Cela, Minha Vida!

O Supremo deu um basta
na majestosa pandilha,
que andava feito matilha
se achando acima da lei,
protegida pelo "rei"
ficava tudo em família! 

Mas desabou o castelo
desses bandidos safados,
falo desses atolados
na lama do mensalão,
saqueadores da Nação
da vergonha deserdados!
 
Subestimaram a força
dos homens de capa preta,
que não usam baioneta
mas não temem camarilha,
pois desmontaram a quadrilha
somente usando caneta. 

O brilhante Joaquim Barbosa,
Ministro de fundamento,
homem de conhecimento
e do mais notável saber,
não precisa nem dizer
que é o grande herói do momento.

Liderou toda uma equipe
com firmeza e maestria,
nessa nobre cirurgia
feita na quadrilha inteira,
pra estancar a roubalheira
que há muito se promovia. 

Mas parte da nossa imprensa,
covarde, não fala nada,
pois vem de longe comprada
por verbas publicitárias,
propagandas milionárias
para se manter calada.
 
O que me tapa de nojo
nesse covil de falsários,
é ouvir os comentários
de bandidos condenados,
se dizendo "injustiçados"
Mas que bando de ordinários!

Que a máfia não se preocupe
com a chuva, sol ou com vento,
pois não vai ficar ao relento
sem casa, cama e comida,
pois ela será incluída
num eficiente programa,
que oficialmente se chama:
"MINHA CELA, MINHA VIDA! "

Por Álvaro Pedreira de Cerqueira, combatente do fascismo-socialismo-comunismo, do caudilhismo populista e das teocracias de qualquer índole.
 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A Melhor Versão de Nós Mesmos – Martha Medeiros*

Alguns relacionamentos são produtivos e felizes. Outros são limitantes e inférteis. Infelizmente, há de ambos os tipos, e de outros que nem cabe aqui exemplificar. O cardápio é farto. Mas o que será que identifica um amor como saudável e outro como doentio? Em tese, todos os amores deveriam ser benéficos, simplesmente por serem amores. Mas não são. E uma pista para descobrir em qual situação a gente se encontra é se perguntar que espécie de mulher e que espécie de homem a sua relação desperta em você. Qual a versão que prevalece?
A pessoa mais bacana do mundo também tem um lado perverso. E a pessoa mais arrogante pode ter dentro de si um meigo. Escolhemos uma versão oficial para consumo externo, mas os nossos “eus” secretos também existem e só estão esperando uma provocação para se apresentarem publicamente. A questão é perceber se a pessoa com quem você convive ajuda você a revelar o seu melhor ou o seu pior.
Você convive com uma mulher tão ciumenta que manipula para encarcerar você em casa, longe do contato com amigos e familiares, transformando você num bicho do mato? Ou você descobriu através da sua esposa que as pessoas não mordem e que uma boa rede de relacionamentos alavanca a vida?
Você convive com um homem que a tira do sério e faz você virar a barraqueira que nunca foi? Ou convive com alguém de bem com a vida, fazendo com que você relaxe e seja a melhor parceira para programas divertidos?
Seu marido é tão indecente nas transações financeiras que força você a ser conivente com falcatruas?
Sua esposa é tão grosseira com os outros que você acaba pagando micos pelo simples fato de estar ao lado dela?
Seu noivo é tão calado e misterioso que transforma você numa desconfiada neurótica, do tipo que não para de xeretar o celular e fazer perguntas indiscretas?
Sua namorada é tão exibida e espalhafatosa que faz você agir como um censor, logo você que sempre foi partidário do “cada um vive como quer”?
Que reações imprevistas seu amor desperta em você? Se somos pessoas do bem, queremos estar com alguém que não desvirtue isso, ao contrário, que possibilite que nossas qualidades fiquem ainda mais evidentes. Um amor deve servir de trampolim para nossos saltos ornamentais, não para provocar escorregões e vexames.
O amor danoso é aquele que, mesmo sendo verdadeiro, transforma você em alguém desprezível a seus próprios olhos. Se a relação em que você se encontra não faz você gostar de si mesmo, desperta sua mesquinhez, rabugice, desconfiança e demais perfis vexatórios, alguma coisa está errada. 
O amor que nos serve e nos faz evoluir é aquele que traz à tona nossa melhor versão.
 
*Texto publicado no jornal Zero Hora de 04/11/2012.