É normal depois de uma tragédia ou de uma doença grave uma pessoa voltar-se a Deus e a atos de solidariedade. Quem era egoísta ou arrogante, por exemplo, passa a enxergar a vida e as pessoas com outros olhos, tornando-se mais paciente e tolerante para com as fraquezas humanas. Também se torna mais emotivo, mais flexível, mais generoso; enfim, torna-se bom, uma pessoa melhor.
Muitas ONGs surgiram após pessoas terem sofrido graves perdas; muitos se tornaram voluntários de entidades assistenciais após terem passado por algum tipo de sofrimento. Tudo aquilo de que não tomavam conhecimento, passa a ser claro, consciente, emerge como se fosse um a luz divina alertando: "Que isso te sirva de aprendizado".
Estava certo Martin Heidegger quando escreveu que as coisas só se revelam à consciência por meio das frustrações que provocam. Eis a importância que os sentimentos negativos têm sobre as nossas vidas. São esses sentimentos que agem como uma força motriz para nos tirar da inércia e da comodidade, fazendo com que possamos transformar a dor em luta, o sangue em suor.
É por isso que costumo confiar em pessoas que conseguiram encontrar a famosa luz no final do túnel ou a mola propulsora nas profundezas do poço em que afundaram. São pessoas que encontraram motivos para seguir vivendo e que tem muito a ensinar aos que se quebram com facilidade e por qualquer coisinha.
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