Dois homens dentro de
um ringue, se chutando, se batendo, se quebrando, deixando a cara um do outro
inchada, machucada, sangrando, enquanto uma plateia vibra a cada queda,
aplaude, incentiva um nocaute, não pode ser considerado um esporte. É primitivo
demais, igual ao que acontecia com os gladiadores da antiga Roma.
Tem muita gente que
defende animais, que é contra rodeios e rinhas de galos, mas adora ver humanos
se digladiando de forma animalesca.
Foi muito triste o
que aconteceu com o Anderson Silva. O engraçado é que pessoas podem morrer e
matar, ser feridas e ferir, fraturar e serem fraturadas em nome de um esporte,
mas não podem sequer agir em legítima defesa quando são atacadas enquanto
cidadãos comuns que andam pelas ruas. Aliás, a plateia que tanto aplaude essa
violência nos ringues é incapaz de interceder quando vê uma pessoa sendo
assaltada na rua, violentada ou sofrendo algum tipo de violência.
Como mãe, eu
detestaria ver um filho numa rinha, mesmo que ele ganhasse rios de dinheiro com
esse esporte. Mil vezes iria preferir ver meu filho participando de um torneio
de peteca na beira de uma praia a vê-lo abatido e machucado numa lona, morrendo
de dor.
Proíbe-se tudo nesta
vida - alimentos, bebidas, cigarros, armas, direito de defesa da família e de
bens -,mas permitem que uma pessoa quebre a cara da outra dentro de um ringue.
Talvez por que não existam multas e nem taxas a serem cobradas por cada nariz e
canela fraturada e o governo não lucre com isso.
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