por Percival Puggina. Artigo publicado em 05.08.2014.
A cartilha manda repetir
sempre as mesmas coisas, ainda que não resistam a uma acareação com os fatos,
porque a repetição se impõe à razão e acaba sendo mais convincente do que eles.
Não importa que o realejo cause lesão por esforço repetitivo. O resultado
compensa.
Assim, ao longo dos anos, nossos ouvidos enrouqueceram de escutar que o país vivia sob um sistema econômico iníquo, que gerava aberrantes desníveis de renda e concentração de riqueza. Tão repetida cantoria acabou por convencer cautos e incautos de que somente uma guinada para a esquerda poderia nos conduzir ao éden da igualdade, da justiça e da prosperidade geral. Gradualmente, então, foi se abrindo a porta para o socialismo, apesar de os fatos, pela janela, berrarem que isso é uma loucura e que tal sistema não consegue apresentar um único caso de prosperidade e democracia. Têm razão os fatos: o anunciado socialismo, sempre, excetuadas suas elites, igualou a todos na pobreza, e só ao Estado concedeu liberdades. Mas isso quase ninguém diz e é nesse caminho que estamos sendo lenta e docilmente conduzidos.
Assim, ao longo dos anos, nossos ouvidos enrouqueceram de escutar que o país vivia sob um sistema econômico iníquo, que gerava aberrantes desníveis de renda e concentração de riqueza. Tão repetida cantoria acabou por convencer cautos e incautos de que somente uma guinada para a esquerda poderia nos conduzir ao éden da igualdade, da justiça e da prosperidade geral. Gradualmente, então, foi se abrindo a porta para o socialismo, apesar de os fatos, pela janela, berrarem que isso é uma loucura e que tal sistema não consegue apresentar um único caso de prosperidade e democracia. Têm razão os fatos: o anunciado socialismo, sempre, excetuadas suas elites, igualou a todos na pobreza, e só ao Estado concedeu liberdades. Mas isso quase ninguém diz e é nesse caminho que estamos sendo lenta e docilmente conduzidos.
O mais insólito nesse
percurso é o próprio governo e seu partido, que se declaram socialistas, após
12 anos de gestão, terem que negar os fatos que os olhos mostram e insistirem
em que a pobreza diminuiu. Agravou-se, assim, a situação de todos os que são
pobres de fato. Eles deixaram de existir nas contas do governo.
O efeito da repetição é tão eficiente que o
sujeito que escreve o que acabei de escrever passa a ser visto como um
brutamontes destituído de sentimentos humanos. De nada vale dizer que não há
concentração de renda maior do que aquela promovida por um aparelho estatal que
fica com quase a metade de tudo que a nação produz. De nada vale denunciar esse Robin Hood burocrata
que toma de quem tem (e de quem não tem) para dar ao insaciável governo. De
nada vale informar que essa brutal, perversa e inútil concentração de renda nas
mãos do Estado é típica do socialismo, avessa ao empreendedorismo e à economia
de mercado. Com o tempo, só fará aumentar a pobreza do país.
Escrevo de teimoso, portanto: a persistência
da pobreza que o governo se recusa a reconhecer têm como causa esse crescente
avanço do Estado sobre a economia nacional. Não bastasse a robusta mordida de
leão, o governo, no curto prazo, ainda toma dívidas em nome das gerações
futuras. Mais ganancioso e perverso, só traficante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário