Sempre tive admiração
por aquelas pessoas que perdoam seus inimigos, bandidos que assaltaram ou
mataram algum ente querido ou qualquer pessoa que tenha cometido
conscientemente um erro gravíssimo que tenha prejudicado outras pessoas. Todas
as religiões ensinam que perdoar é bonito, é divino, que o perdão é
prerrogativa somente dos fortes.
E tem de ser muito
forte mesmo para engolir desaforos e vilanias e mesmo assim abençoar quem o mal
praticou. Diria, até, que é preciso ser quase um santo.
Todavia, é fácil
perdoar; difícil é esquecer. Quem consegue perdoar e esquecer, é um santo; quem
consegue perdoar, mas não esquece, é meio santo meio humano; quem perdoa, não
esquece a ainda tenta se vingar, é hipócrita, cínico e mais vil ainda; e quem não
perdoa, não se esquece da afronta mesmo que se passem mil anos e um dia ainda
se vinga, é uma besta.
Como não sou
hipócrita e não consigo ser cínica, não perdoo quem me tenha feito mal de forma
consciente. Por ignorância, sim, mas porque quis, nunca! Não perdoar mas não
desejar o mal em troca ou desejar vingar-se também faz parte da natureza
humana.
O que torna uma
pessoa fraca não é a incapacidade de perdoar, mas o desejo de vingança.
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