Na coluna da Claudia
Tajes no Donna de domingo passado, ela comenta que lhe caíram os butiás do
bolso ao saber que, numa das últimas manifestações, um grupo que se dizia
contrário à atuação dos veículos do grupo RBS espalhou esterco em frente à sede
da empresa – grupo que deve ser do mesmo time que ocupou a Câmara e que
expulsou jornalistas no grito.
Eu sei que tem gente
que não lê a Zero Hora, que não sintoniza emissora da RBS e que faz até
campanha contra.
Sei também, bem
sabido, que é moda fazer linchamento moral de pessoas e instituições com as
quais não se simpatize ou não se compreenda (que é o mais comum). Até aí tudo
bem, cada um vive como pode, o direito ao gosto e ao desgosto é uma das
prerrogativas do Estado republicano. O que não se pode nunca achar justo é que
um bando de jovens, movidos por uma ideologia de ódio, emporcalhe o prédio de
uma empresa de comunicação – ou qualquer outro prédio.
Penso que essa
rapaziada, que se deu ao trabalho de carregar pela Avenida Ipiranga tonéis de
esterco e galões de um líquido identificado como cocô de porco, além de ter um
senso de humor comparável aos excrementos que trazia, não tinha noção de quem
estava envolvendo na imundícia. Não pensou que quem ia limpar a porcaria não ia
ser algum executivo, jornalista ou editor, muito menos qualquer membro da
família que é dona da empresa que eles tanto execram; quem teve que dar cabo de
toda a cocozada e aguentar a fedentina foi mesmo o pessoal da limpeza,
trabalhadores humildes que merecem o respeito e a consideração que lhes foram
subtraídos pela corja.
Agora: na tentativa
de escracho, quem saiu mal foram mesmo esses meninos, que acabaram respingados
até a alma da mesma sujeira que jogaram na frente do prédio.
Os butiás do bolso da
Claudia Tajes a gente pode até resgatar. Quero ver é limpar essa moral de merda
em que a gente literalmente atolou.
Publicado em 24/07/2013 – jornal Zero
Hora)
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