Porque hoje é domingo, fiquei na cama
até mais tarde e acabei assistindo à
missa do Papa pela televisão.
Duas coisas me chamaram a atenção: as
músicas, belíssimas, cantadas por vozes estupendas, inclusive as dos padres
Fábio de Melo e Reginaldo Manzotti, e emoção das pessoas, dos peregrinos e
fiéis.
É indiscutível que a religião, seja
qual for, é um alento para as pessoas. Religião consola, alivia as dores da alma,
cura, emociona ou apenas toca fundo pessoas que, assim como eu, são mais
adeptas da filosofia do que de religião.
Não me importo com o dinheiro público
que foi gasto para a vinda do Papa. Duvido que as muitas pessoas que estavam
rezando, com seus terços nas mãos e com fotografias de entes queridos elevadas
para que pudessem também receber bênçãos, também se importassem. Naquele
momento, havia esperança, desejo de acreditar que exista uma força maior capaz
de aliviar seus males ou ajudar em suas reformas íntimas. O povo brasileiro,
que muitas vezes não pode contar a medicina por falta de dinheiro e de
estrutura, precisa muitas vezes mais da religião. Quando falta medicina, há a
religião.
Por isso, gostaria que aqueles
manifestantes que fizeram baixarias sexuais com imagens de santos e crucifixos
fossem para o quinto dos infernos. Ninguém tem o direito de debochar da
religião dos outros, mesmo que seja ateu ou que acredite apenas em ciganas,
videntes, gnomos, fadas e duendes.
Mesmo não sendo um exemplo de pessoa
cristã, religiosa, eu respeito todas as formas como as pessoas costumam cultuar
seus deuses e manifestar sua fé, desde que sejam usadas para o bem, jamais para
o mal.
Se aqueles manifestantes - que mais
pareciam seres saídos do pior dos umbrais - só podiam demonstrar suas crenças daquela forma ignóbil,
são dignos de pena, pois ignorância jamais transformará nenhum ser humano em
uma pessoa melhor. Por mais ínfima que seja a fé de uma pessoa, não deixa de
ser uma esperança, e esperança é uma energia transformadora. É uma pena que
algumas pessoas preferirão a bestialidade em vez da espiritualidade.
Ninguém, por mais ateu que seja, sobrevive
neste mundo sem ter um pouco de espiritualidade. E uma das formas pela qual a
espiritualidade se manifesta numa pessoa é quando ela sabe respeitar seu
semelhante. E ela nem precisa frequentar igrejas e templos para confirmar isso.
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