domingo, 28 de julho de 2013

Espiritualidade versus Bestialidade

Porque hoje é domingo, fiquei na cama até mais tarde e acabei  assistindo à missa do Papa pela televisão.
Duas coisas me chamaram a atenção: as músicas, belíssimas, cantadas por vozes estupendas, inclusive as dos padres Fábio de Melo e Reginaldo Manzotti, e emoção das pessoas, dos peregrinos e fiéis.
É indiscutível que a religião, seja qual for, é um alento para as pessoas. Religião consola, alivia as dores da alma, cura, emociona ou apenas toca fundo pessoas que, assim como eu, são mais adeptas da filosofia do que de religião.
Não me importo com o dinheiro público que foi gasto para a vinda do Papa. Duvido que as muitas pessoas que estavam rezando, com seus terços nas mãos e com fotografias de entes queridos elevadas para que pudessem também receber bênçãos, também se importassem. Naquele momento, havia esperança, desejo de acreditar que exista uma força maior capaz de aliviar seus males ou ajudar em suas reformas íntimas. O povo brasileiro, que muitas vezes não pode contar a medicina por falta de dinheiro e de estrutura, precisa muitas vezes mais da religião. Quando falta medicina, há a religião.
Por isso, gostaria que aqueles manifestantes que fizeram baixarias sexuais com imagens de santos e crucifixos fossem para o quinto dos infernos. Ninguém tem o direito de debochar da religião dos outros, mesmo que seja ateu ou que acredite apenas em ciganas, videntes, gnomos, fadas e duendes.
Mesmo não sendo um exemplo de pessoa cristã, religiosa, eu respeito todas as formas como as pessoas costumam cultuar seus deuses e manifestar sua fé, desde que sejam usadas para o bem, jamais para o mal.
Se aqueles manifestantes - que mais pareciam seres saídos do pior dos umbrais - só podiam  demonstrar suas crenças daquela forma ignóbil, são dignos de pena, pois ignorância jamais transformará nenhum ser humano em uma pessoa melhor. Por mais ínfima que seja a fé de uma pessoa, não deixa de ser uma esperança, e esperança é uma energia transformadora. É uma pena que algumas pessoas preferirão a bestialidade em vez da espiritualidade.
Ninguém, por mais ateu que seja, sobrevive neste mundo sem ter um pouco de espiritualidade. E uma das formas pela qual a espiritualidade se manifesta numa pessoa é quando ela sabe respeitar seu semelhante. E ela nem precisa frequentar igrejas e templos para confirmar isso.
 
 

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