O país tropical, que antes já teve imensa necessidade de povoamento, incentiva nos dias atuais o crescimento da população, mesmo que indiretamente, em meio à urgência de desaceleração do aumento da natalidade em prol de uma futura sociedade organizada. Esta é uma contradição imensa, porém é o que ocorre pelo impulso do bolsa-família.
Atualmente, o Brasil está sendo acometido por uma onda de benefícios de cunho social, os quais são tidos como uma forma de auxílio à população necessitada. O bolsa-família é um exemplo desse fenômeno, sendo benefício dado a famílias carentes. Ele é devido ao cidadão brasileiro na medida em que possui filhos.
Ocorre que, ao invés de causar benefícios ao país, o referido auxílio se transformou em uma forma de incentivo à natalidade. Isso porque quanto mais filhos, mais benefício. Os brasileiros enxergaram no bolsa-família um aumento em sua fonte de renda, assim geram mais descendentes com o intuito melhorar os meios de sustentar a família. Não é raro encontrar um casal carente que resolveu aumentar a prole tendo em vista o auxílio.
Em meio ao grande aumento da população brasileira, sem estrutura para tal crescimento, urge a criação de métodos eficazes de planejamento familiar incentivado pelo Governo. É certo que não é um benefício que vai resolver o problema das famílias carentes no país; pelo contrário, o Estado deve prover meios de crescimento ordenado através dos quais a sociedade brasileira vai ter índices de natalidade na proporção de suas possibilidades.
Quando não se tem planejamento familiar e não se tem compromisso com a educação há um incentivo à desestruturação da sociedade. Segundo Reinaldo Azevedo, colunista da Revista Veja, o bolsa-família é o responsável pelo incentivo à natalidade desenfreada e está sendo criado um monstro que irá explodir daqui pouco mais que uma década. De acordo com o mesmo, o que deveria ser um programa provisório e com alternativas determinadas para seu término, tornou-se numa forma de ganhar a simpatia dos pobres.
Percebe-se que as boas intenções do Estado devem ser muito bem analisadas, pois nem sempre atingem os fins a que se prestam e causam prejuízos inenarráveis aos cidadãos brasileiros.
Por Déborah Neiva da Silva Azevedo,
Bacharelanda em Direito - UESC.
Estagiária do MP Estadual.
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