terça-feira, 5 de outubro de 2010

O País da Bizarrice

Lembro-me do quanto estudei quando concorri a um cargo público. Foram meses de intensa preparação, noites insones, lazer deixado de lado, amigos abandonados...
Tudo para poder suprir as diversas exigências que tal cargo requeria; inclusive, a obrigatoriedade de possuir um diploma de nível superior e diplomas, muitos diplomas, pois a prova de títulos era eliminatória.
Isso sem falar no atestado de bons antecedentes (ficha limpa), no estudo da vida pregressa, negativas em todos os cartórios... Para ocupar um cargo público é preciso estar “limpo” até no SPC e SERASA.
Ocupar um cargo público requer uma grande responsabilidade, pois o bem da comunidade em geral depende do esforço e da dedicação do servidor público. Ele não trabalha simplesmente para o Governo: trabalha para que a população seja beneficiada em troca dos impostos vultosos que paga para ter acesso à saúde, educação e segurança.
Assim deveria ocorrer com todos os candidatos a vagas de deputados, senadores, presidente da República e afins.
Para ocupar os cargos eletivos deveria ser exigido tudo o que é exigido de nós, pobres mortais, e mais um pouco.  Em primeiro lugar: estudo, cultura. Seria dirigente de um país quem tivesse longos anos de estudo, dedicação, preparação. Quem quisesse um dia ser presidente da República deveria possuir ilibada reputação, curso superior e ter passado por diversas etapas antes de chegar ao ápice de administrar o país. Para ser senador, deputado federal ou estadual, as exigências teriam que ser as mesmas que são exigidas para candidatos a juízes, procuradores, desembargadores etc. Não entendo por que é exigido tanto de candidatos a cargos nos poderes Executivo e Judiciário e tão pouco em relação ao Legislativo, uma vez que tal poder possui  o objetivo precípio de elaborar normas de direito de abrangência geral que são aplicadas a toda sociedade, objetivando a satisfação de um bem comum.
É injusto que tantas pessoas preparadas, dedicadas e bem intencionadas tenham de depender de palhaços e oportunistas que se empenham apenas em causa própria.
Que a eleição do Tiririca, uma pessoa totalmente despreparada para ocupar um cargo tão importante, sirva de alerta. A mensagem está dada: não são necessárias mudanças urgentes apenas no nosso Código Penal, mas também no sistema constitucional brasileiro.
Se o problema no Brasil é a falta de cultura, que o Congresso comece dando o exemplo.

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