domingo, 23 de outubro de 2011

Ninguém é uma ilha

Sartre dizia que o homem por si só não pode se conhecer em sua totalidade; que só através dos olhos de outras pessoas é que alguém consegue ver-se como parte do mundo. Cada pessoa, embora não tenha acesso às consciências das outras pessoas, pode reconhecer nelas o que tem de igual. E cada um precisa desse reconhecimento.
Uma pessoa não pode ter acesso à sua própria essência, pois é um eterno "tornar-se", um "vir a ser" que nunca se completa. Só através dos olhos dos outros ela pode ter acesso à sua própria essência, ainda que temporária. E só a convivência é capaz de lhe dar a certeza de que está fazendo as escolhas que deseja. Daí vem a ideia de que “o inferno são os outros”. Embora sejam os outros que muitas vezes podem impossibilitar a concretização dos nossos sonhos ou projetos, não podemos evitar sua convivência. Sem eles, nossos projetos não fariam sentido.

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