terça-feira, 25 de outubro de 2011

Soneto XVII – Pablo Neruda

Amo-te como a planta que não floriu e tem
Dentro de si, escondida, a luz das flores,
E, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
O denso aroma que subiu da terra.

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde;
Amo-te diretamente sem problemas nem orgulho:
Amo-te assim, porque não sei amar de outra maneira,

A não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
Tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
Tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono.


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