Eu desejo que todas as pessoas com câncer sejam vitoriosas na luta contra esta doença, independente de posição social ou convênio médico; todavia, desejaria que as pessoas que detêm o poder de mudar o quadro caótico da saúde no Brasil pudessem sentir na pele o que é depender do SUS, caso estejam passando pelo mesmo problema daqueles que dependem do governo para tratar-se. Nada contra Lula, Dilma ou legisladores, mas, sem saber como funciona a saúde no país que governam; sem saber o que é necessitar de um leito e não conseguir; sem saber o que é precisar de um exame urgente e este só ser marcado para meses depois, quando pode ser tarde demais, eles não podem fazer as mudanças que precisam realmente ser feitas para que todos tenham acesso à saúde, esta que deveria ser um bem comum a toda a sociedade. Seria o caso, agora, do Lula - num lapso de empatia-, colocar-se no lugar do mesmo povo que o elegeu e fazer algo que realmente possa fazê-lo merecedor de ter ocupado a mais alta posição no país. Que ele vença o câncer, mas no mesmo nível daqueles que ainda não podem contar com um "Brasil para Todos", slogan esse que o tornou presidente da República. O "Pai dos Pobres" deve, sim, aproveitar esse momento ruim pelo qual está passando e engajar-se na luta contra a corrupção, para que dinheiro público não seja mais desviado da saúde para outros fins. Então, eu desejo que o ex-presidente Lula, agora que é sabedor que câncer atinge também os “imortais”, faça a si mesmo a seguinte pergunta: "E aqueles que não podem pagar por um tratamento adequado?"; "E aqueles que precisam de radioterapia, quimioterapia e não podem pagar; como fazem?". E a resposta bem que poderia ser: "Eu tive a oportunidade de fazer algo por essas pessoas e não fiz".
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