sábado, 22 de setembro de 2012

O Gauchismo

Não sei por que tantas críticas em relação ao sentimento de ser gaúcho que vem à tona em muitas pessoas que se orgulham do Estado onde vivem e de sua história. Gauchismo é uma filosofia ou uma religião, dependendo da ótica de cada um, mas jamais uma maldição ou uma doença contagiosa. Chamam os gaúchos mais tradicionais e conservadores de bairristas que se acham superiores a qualquer outra raça. Será que os nordestinos são diferentes quando cultuam o Bumba Meu Boi, que é tido como uma das mais ricas representações do folclore brasileiro? E o povo de Parintins, no Amazonas, também não sente o peito inflado de orgulho durante as festividades onde competem duas associações representadas pelo Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul?
Talvez a perseguição ao gauchismo se deva ao fato de não serem cultuados animais nas festividades do mês de setembro, mas pessoas que lutaram pela liberdade, igualdade e humanidade e em nome dessa bandeira fizeram uma guerra.
Já ouvi gente dizendo que o gauchismo é uma seita. Mas onde estão os fanáticos? Serão aqueles que cantam de cor e com louvor o Hino Rio-Grandense? Serão aqueles que postam vídeos e enaltecem seus heróis por ocasião da Semana Farroupilha? Serão aqueles que gostariam de ver as tradições de seu Estado preservadas, diante de tanta destruição de valores, inclusive familiares?
Só sei que o sentimento que a maioria dos gaúchos deixa transbordar incomoda muita gente que tenta diminuir a importância desse sentimento e tenta acabar com a admiração que os heróis farrapos até hoje inspiram nos gaúchos. Já vi gente tentando transformar esses homens em vilões interesseiros.
Só posso dizer a essas pessoas que se preocupem com seus próprios sentimentos e deixem os gaúchos em paz. Ao contrário de seitas e horda de fanáticos, o gauchismo não mata, não rouba, não expolia, não abate touros como ocorre em touradas, não depreda e nem sai levantando bandeiras por aí pregando mentiras. Gauchismo emociona e não se trata de uma declaração de amor a um Estado, mas de uma declaração de vida.


 

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