Ok. Abomino a força bruta utilizada na desocupação de Pinheirinho e sinto pelas famílias que estão sendo despejadas, mas também sou contra qualquer tipo de invasão a propriedades alheias, mesmo sendo considerada "massa falida". Só quem já teve de entrar com processo de reintegração de posse sabe do que estou falando. O único culpado deste triste episódio é o governo Federal que permitiu, há oito anos, que as famílias ocupassem o terreno de uma empresa do especulador Naji Nahas, talvez por interesses políticos ou por troca de votos.
Cabe a este Governo, agora, providenciar para que as famílias sejam assentadas em outro lugar, talvez, como alguém já sugeriu, no sítio do Lula, em Atibaia, bem pertinho dali. Por mim, eu gostaria que o Governo não pagasse os R$ 82 milhões de auxílio alimentação aos juízes federais e utilizasse o dinheiro para comprar um terreno decente para as famílias. Seria mais digno e mais justo.
Num país cujos governantes são capazes de expulsar índios de seus territórios - como ocorre em Belo Monte -, é de se esperar que esse tipo de coisa aconteça; só que, a diferença, é que os índios não invadiram o Xingu e nem recebem bolsa família, muito menos fazem "gatos" em postes de luz. E mesmo assim estão sendo expulsos de suas terras. Se for para gritar de indignação, vou gritar pela não construção da usina em Belo Monte; se é para chorar, prefiro pelos índios.
E digo mais:
Se o PT da Dilma, para atender a interesses “imperialistas” do Brasil, pode emprestar U$322 milhões para construir estrada para narcotraficantes - e a mudança no traçado da rodovia Beni-Cochabamba, na Bolívia, pode levar o BNDES a ter de elevar o valor do financiamento para a obra que está a cargo da construtora brasileira OAS-, por que não pode comprar terras para assentar os 7.000 habitantes de Pinheirinho?
Alguma coisa está errada nesse imbróglio todo, e cada vez mais a Pátria se transforma num lodaçal de interesses políticos e corrupção.
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