Há pouco tempo atrás
uma amiga relatou uma lista enorme de como seria o homem ideal. Foi uma espécie
de “Manual do Bom Homem” capaz de fazer correr qualquer homem ciente de sua
própria complexidade e de seu desequilíbrio emocional. É uma mulher de 51 anos,
bonita ainda, bem-sucedida, mas que encontra certas dificuldades nos
relacionamentos com o sexo oposto, talvez devido a essa lista de exigências. Não abrir porta do carro ou palitar os dentes,
por exemplo, são motivos para que ela deixe o pretendente a ver navios.
Tudo bem, cada um
sabe de si e o que pode incomodar, mas eu não descartaria alguém que tivesse
alguns vícios irritantes caso me sentisse amada e desejada por ele. Nada que
uma boa conversa e troca de cedências não resolvesse.
O que toda mulher deseja
é sentir-se importante e necessária para um homem. Não ser a predileta, mas
aquela cuja presença é tão vital que ele não consiga viver sem ela. Não me
refiro àquela passionalidade sufocante tipo “não consigo viver com você e nem
sem você”, tão comum em relacionamentos doentios e corrosivos. Refiro-me àquela
convivência gostosa, de saber que o outro está ali ao nosso alcance mesmo que
não esteja presente, de saber que ele ligará sem precisarmos duvidar da sua
palavra, que ele sempre desejará a nossa companhia para os momentos bons e
quererá o nosso colo quando estiver triste. O nosso e de mais ninguém!
E o mais importante:
brigas ou quaisquer divergências de opinião não serão motivos para uma separação,
mas para uma aproximação. Muitas mulheres, após uma briga, ficam sem saber se
houve o término do relacionamento ou não; pensam se devem correr atrás ou não;
se devem pedir desculpas ou não; se devem se humilhar ou fingir que não estão “nem
aí”. E ficam sobressaltadas a cada toque de telefone, e ficam oprimidas cada
vez que não é ele.
Quem ama não tem
orgulho, quem é amado não se sente inseguro, eis a verdade na qual eu acredito.
Se após uma discussão, mesmo sendo boba, ele não lhe telefonar; fazer de conta
que desapareceu ou não sentir necessidade de fazer as pazes, não espere muita
coisa. É sinal que o amor dele não era verdadeiro e você não era necessária. Homem
que ama uma mulher tem necessidade dela, não quer perdê-la, muito menos para
discussões inúteis, entende? Não somos nós que devemos dar o primeiro passo,
exceto quando somos culpadas. Aí é nosso dever telefonar para pedir perdão. Eles
estão cansados de saber que tudo o que queremos é atenção e que nossas “manhas”
não passam de um artifício para que eles reafirmem seu amor por nós. Todavia,
são raros os homens que entendem essa parte da nossa natureza.
E aí é que está o “X”
da questão:
As mulheres não são
exigentes e nem complicadas em relação aos homens. Tudo o que elas querem é um
homem que entenda a menina que ainda reside dentro delas, por mais mulheres com
M maiúsculo que forem. Querem ser cuidadas, sim, por mais autossuficientes que
queiram parecer; querem se sentir protegidas, por mais seguras que aparentem
ser; querem se sentir necessárias, apesar da independência que demonstram
possuir.
Não existe lista de
exigência alguma. Não existe “manual” algum. Por dentro de toda mulher que se
sente interessada de alguma forma por um homem, existe uma criança que ainda deseja
sentir-se importante. Muito mais que qualquer outra, aos olhos de quem ela quer
bem.
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