Pensando em todas as
vezes que demonstrei ter orgulho ou ser orgulhosa, somente em poucas ocasiões meu
orgulho confundiu-se com arrogância, vaidade ou soberba. Nestas vezes, não quis
“dar o braço a torcer”, não pedi desculpas por medo de parecer uma frouxa e
aparentei uma frieza que não era verdadeira. Orgulho é uma espécie de máscara
com a qual nos revestimos para não mostrar a nossa vulnerabilidade. Muitas
pessoas perdem a oportunidade de relacionar-se com outras por causa do orgulho,
por quererem demonstrar ser o que na verdade não são; para protegerem um ego
que não admite sentimentos de inferioridade, orgulho ferido. Aliás, uma pessoa
com orgulho ferido exige que a outra pessoa se rebaixe; que dê o primeiro passo,
que se humilhe. É um sentimento que traz traços de egoísmo também.
Mas há um tipo de
orgulho bom, saudável, que é aquele que nos fortalece e não nos deixa cair ou
ceder ao infortúnio. É um sentimento que nos faz superar obstáculos, vencer a qualquer
custo, querer vitórias. Este sentimento é o que faz uma pessoa ficar orgulhosa
de si mesma, de seus feitos, de sua força e coragem. Geralmente esse tipo de
orgulho que não depende do ego, mas de força interior, é altruísta. Uma pessoa
com orgulho altruísta também se sentirá orgulhosa em relação às vitórias dos
outros; ao contrário da pessoa com orgulho egoísta, que sempre sentirá inveja
ou ciúme dos outros, mas jamais admitirá. Orgulho egoísta também possui traços
de vaidade.
Em relação ao amor
próprio, a meu ver, é um sentimento mais voltado à proteção do nosso corpo físico
e preservação da saúde mental. É algo mais físico. O orgulho tenta proteger o
ego, algo inconsciente na maioria das vezes. É como se uma pessoa estivesse
sempre tentando se proteger dos outros, seja por sentimento de inferioridade, seja
por quebrar-se com facilidade. O amor próprio é independente dos outros. Quem gosta de si
mesmo não admitirá ser maltratado ou humilhado sem motivo algum. Só que, em vez
de tentar vingar-se ou usar de artifícios emocionais, simplesmente se afastará
ou evitará a proximidade de pessoas que possam pôr em risco sua integridade
física e mental. Uma pessoa com amor próprio, assim como não deseja que façam
mal a ela, também não fará mal a outrem. É um sentimento mais altruísta.
É bom não confundir
orgulho com amor próprio. O orgulho, quando não utilizado para superação de si
mesma, torna a pessoa egoísta, emocionalmente frágil, o que a faz perder ótimas
oportunidades de ser feliz. É um sentimento emocional. Já o amor próprio, é
algo mais sentimental. Quem ama a si mesmo, tem maior capacidade para amar e
ser amado.
Como diz o poema de
Pablo Neruda: “Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo-te simplesmente,
sem problemas e NEM ORGULHO: amo-te assim, porque não sei amar de outra maneira”.
Eis a grande
diferença.
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