domingo, 29 de janeiro de 2012

Porque hoje é domingo, Roberto Bolle!

Porque estou cansada; porque amanhã é segunda-feira; porque meus olhos estão ardendo; porque passei o dia inteiro comendo porcarias em vez de frutas, verduras e legumes; porque...nem sei mais o que inventar só para ter a desculpa de postar esse "colírio" do Roberto Bolle, primeiro bailarino do The Royal Ballet.


sábado, 28 de janeiro de 2012

Voa, Liberdade!

Belíssima música, belíssima voz, belíssimas imagens...
Liberdade, um dos dons mais preciosos que foi dado aos homens, mas que poucos sabem como e quando usar.

A liberdade é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida. (Miguel Cervantes)


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O Imbróglio de Pinheirinho

Ok. Abomino a força bruta utilizada na desocupação de Pinheirinho e sinto pelas famílias que estão sendo despejadas, mas também sou contra qualquer tipo de invasão a propriedades alheias, mesmo sendo considerada "massa falida". Só quem já teve de entrar com processo de reintegração de posse sabe do que estou falando. O único culpado deste triste episódio é o governo Federal que permitiu, há oito anos, que as famílias ocupassem o terreno de uma empresa do especulador Naji Nahas, talvez por interesses políticos ou por troca de votos.

Cabe a este Governo, agora, providenciar para que as famílias sejam assentadas em outro lugar, talvez, como alguém já sugeriu, no sítio do Lula, em Atibaia, bem pertinho dali. Por mim, eu gostaria que o Governo não pagasse os R$ 82 milhões de auxílio alimentação aos juízes federais e utilizasse o dinheiro para comprar um terreno decente para as famílias. Seria mais digno e mais justo.

Num país cujos governantes são capazes de expulsar índios de seus territórios - como ocorre em Belo Monte -, é de se esperar que esse tipo de coisa aconteça; só que, a diferença, é que os índios não invadiram o Xingu e nem recebem bolsa família, muito menos fazem "gatos" em postes de luz. E mesmo assim estão sendo expulsos de suas terras. Se for para gritar de indignação, vou gritar pela não construção da usina em Belo Monte; se é para chorar, prefiro pelos índios.

E digo mais:

Se o PT da Dilma, para atender a interesses “imperialistas” do Brasil, pode emprestar U$322 milhões para construir estrada para narcotraficantes - e a mudança no traçado da rodovia Beni-Cochabamba, na Bolívia, pode levar o BNDES a ter de elevar o valor do financiamento para a obra que está a cargo da construtora brasileira OAS-, por que não pode comprar terras para assentar os 7.000 habitantes de Pinheirinho?

Alguma coisa está errada nesse imbróglio todo, e cada vez mais a Pátria se transforma num lodaçal de interesses políticos e corrupção.

domingo, 22 de janeiro de 2012

O que está acontecendo com os homens?

Os homens estão perdidos, estão dormindo, por quê? O que está acontecendo com os homens?

Não é por acaso que a psicoterapia se tornou um negócio de mulheres. De acordo com esta visão de Hillman, os homens não querem ser perturbados, não querem fazer nada. Eu diria que não querem sair do colo da Grande Mãe; não querem ser confrontados, questionados, desacomodados; talvez, por medo de descobrir que não são tão bonzinhos, bons filhos e bons companheiros.

Sim, parece que os homens estão com medo de despertar. Psicologicamente, talvez isto signifique descobrir que são apenas meninos tentando se afirmar, competindo entre si, como forma de serem reconhecidos e amados. Porém, preferiram o poder e perderam Eros, que é capacidade de expressar sentimentos e estabelecer vínculos.

O poder é o oposto do amor. E a masculinidade baseada no poder e no controle leva ao distanciamento, à perda da sensibilidade, do afeto e da intimidade com o outro. Neste sentido, também, de acordo com Hillman, a sexualidade se torna compulsiva quando todas as outras formas de relacionamento falham.

Na clínica psicológica, através de uma visão do homem na sua interioridade, podemos perceber uma falência do masculino, através de um sentimento de despotencialização, depressão e perda da alma; assim como mostra o filme Beleza Americana.

Do ponto de vista exterior, os homens se mostram bem adaptados, bem sucedidos, bem relacionados; porém, do ponto de vista interior, sentem-se impotentes, dependentes e frágeis.

Os sintomas como alcoolismo, disfunções sexuais, ansiedades e compulsões, ou seja, as neuroses em geral do homem moderno, apontam para uma necessidade de transformação do masculino através da integração do feminino, que representa o princípio de relação baseado em Eros, o qual permite ao homem expressar sua sensibilidade sem perder a virilidade.

Em outro exemplo, como no filme A Rede Social, vemos um jovem buscando admiração e amor através do poder e que, por isso, acaba sozinho, visto como um "babaca" pela sua amada.

Este masculino identificado com o poder gera homens perdidos, distanciados das suas emoções e afastados da sua alma, sua amada interior. Por isso, eu concordo com Hillman quando ele afirma que os homens estão perdidos, dormindo, e acrescento: eles também estão se sentindo profundamente sós.

Por: Anita Mussi Klafke -  Psicóloga Clínica (CRP: 12/1185). Membro fundador da Associação Criciumense de Apoio à saúde mental

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Zoológico Humano – Frei Magno

O olhar é uma curiosidade curiosa. No mundo tudo parece estar voltado para o prazer do olhar, sedento em possuir todas as imagens. O olhar devora as coisas, nada deixa fora de seu alcance. Por estas razões, todos os mortais comportam-se sob o cuidado de não tropeçarem frente ao olhar alheio. Não é a queda que nos incomoda, é o olhar do outro.

Desde cedo, queremos ver tudo. Queremos ver o aparente e a essência das coisas. Vivemos dessa tensão da realidade. Contudo, somos decepcionados pela fragilidade da nossa percepção. Não conseguimos ver tudo. O tudo e o todo nos escapam. Por outro lado, a persistência do olhar permanece, pois o mundo nos entra por ele.

Como não satisfazemos todos os desejos, e nem seria possível saciá-los, o olhar encaminha seu foco para outros mundos acessíveis. Em uma sociedade como a nossa, midiática e sufocada pela poluição de imagens, nomeada de tantas maneiras, mas que poderia, também, ser chamada sociedade do olhar, a visão, enfadada pela fixação compulsória de ícones e modelos de telerrealidade, vê-se, de maneira abrupta, cerceada da sua fineza inerente. O grotesco passa a ser o pano de fundo cultural do olhar. Nesse sentido, a arte e o gosto estético são diluídos nos efêmeros produtos das fábricas de "sonhos". Isso significa o roubo da capacidade de projetar na vida a dialogicidade do olhar, que, do mundo, extrai seus conteúdos e, depois, os retorna sob a perspectiva humana.

Derrubado de sua poética, de sua virtuosidade artística, o olhar é orientado para a banalidade que se faz crer real. Assim, os espetáculos de "realidade", despejados pelo mau gosto da indústria do entretenimento, atravessam, como uma espada, os olhos dos telespectadores. E os olhos sangrados deixam de ver duplamente o que é invisível aos olhos, o essencial.

Um fato pouco notado nesse redimensionar do olhar, é o que acontece com o estatuto da condição humana. Só admitimos observar e ver aquilo que acreditamos ser. Se olharmos com gozo para algo, é porque nossa sensibilidade aceita ver-se no objeto visto, com altivez ou paridade. O macabro e o horripilante afugentam o olhar. O inumano cerra os olhos. Mas os olhares mundiais parecem não achar horripilantes nem macabras algumas pessoas vigiadas, experimentadas de maneira laboratorial entre quatro paredes. Muito ao contrário, regozijam-se com o zoológico.

Com "sutileza" o mundo da mídia deu início a novos formatos da condição humana. Quem poderia imaginar algum dia um zoológico humano? Pois é isso o que acontece agora. Pessoas vigiadas por câmeras, vinte e quatro horas por dia, sinalizam os parâmetros de como nos percebemos como pessoas e de como nos deixamos manipular pelos sistemas mercadológicos, que estabelecem a prisão dos pretensos livres que pensam ver aprisionados, mas são monitorados, pegos pela subjetividade "emancipada" na modernidade.

Vista com mais rigor, essa experiência do olhar, e o seu humano estabelecido, é o rescaldo de ideias que permanecem no inconsciente coletivo de quem detém o poder de trabalhar os bens de natureza simbólica. Todas as vivências totalitárias passadas refletiram, a partir de "castas elevadíssimas", seres de categorias inferiores, manipuláveis e domesticáveis. Nossa diferença, em relação ao passado, é que nos aceitamos todos sujeitos a estarmos, um dia desses, nas grades dos olhos eletrônicos. Damos consentimento fácil aos que querem transformar nossas consciências através das lisonjas da fama. Deixamos o humano ser reduzido à fictícia realidade do zoológico, sem percebermos a armadilha de um dia sermos devorados pela falta de "humanos demasiados humanos".

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Estão Matando Nossos Jardins

A Prefeitura de Porto Alegre mandou derrubar uma árvore (ficus) de mais de 50 anos em praça central da capital gaúcha para colocar uma cafeteria no local.
Cheguei à conclusão que este caos urbano se deve mais à destruição da natureza nas grandes cidades e não somente ao aumento populacional. Estão matando nossas árvores, destruindo nossos jardins para poderem arrecadar mais impostos dos comerciantes.

Cada vez fica mais difícil poder sentar num banco, em alguma praça pública, e ficar observando despreocupadamente a vida e as pessoas passarem. O pouco que resta das praças são gramas escassas, brinquedos destruídos e bancos tomados por mendigos.  Não há preservação e manutenção por parte da Prefeitura.

Antigamente, a Praça Parobé era um lugar belíssimo. Acabou dando lugar a um horrível e malcheiroso terminal de ônibus ao lado do Mercado Público.
Ao olhar estas fotos antigas da Praça Parobé, da década de 40, entendo por que na Europa eles preservam seus patrimônios históricos e jardins. O encantamento sempre gerará mais lucros que a decepção.


Acervo: O. A. Fett, reprodução

Acervo: Tecidos Raphael Dabdab, divulgação

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças.

A escritora Rosamund Pilcher estava certa quando disse que devemos guardar apenas nossas lembranças, o resto é para ser usufruído. Têm pessoas que guardam por anos a fio objetos que poderão servir para alguma coisa mais tarde, só não sabem quando, como e nem por quê. Movidas por um sentimento de nostalgia, talvez, ou porque lhes é difícil desfazer-se de coisas que já não servem mais, guardam para a posteridade algo que não cabe mais em seus corpos ou em suas existências atuais. Passou, é passado.

Há quem guarde dinheiro e morra antes de poder gastá-lo numa viagem; há quem guarde vestidos para uma ocasião especial e nunca chegue a usá-los, porque aumentou o manequim ou porque saíram de moda; há quem guarde objetos sem utilidade porque fez parte da infância ou tem valor sentimental; há quem guarde roupas velhas e fora de moda quando poderiam esta sendo usadas por pessoas mais necessitadas; há quem guarde até embalagens de balas ofertadas pelo primeiro amor e há quem não guarde nada, mas deixa o histórico guardado em algum lugar do inconsciente, pois nada mais é tão pessoal quanto as nossas lembranças, as quais não seriam compreensíveis para quem não as vivenciou conosco.

Eu me desfiz de várias coisas hoje. Fiz uma faxina que preencheu quatro grandes sacolas, sendo duas delas com objetos para doar e duas com coisas imprestáveis para pôr fora.

É incrível como armazenei coisas que fizeram parte do meu passado e que não deveriam mais estar comigo. Meu passado não me pertence mais, não há por que mantê-lo vivo e dentro da minha casa. Rasguei fotografias de pessoas que nada mais significam e que seguiram por caminhos diferentes dos meus, não porque tenha ressentimento, mas porque não interessarão a pessoas que fazem parte da minha vida atual ou a quem porventura vier a fazer. Guardei somente fotografias onde apareço sozinha, com meus familiares, filho e amigos significativos. Os momentos que vivi ao lado de diferentes pessoas, tenham sido bons ou maus, devem ficar na minha mente, como aprendizado; no meu coração, como parte da minha evolução pessoal ou no vazio do esquecimento total.

Vale a pena guardar relíquias durante toda a vida quando se viveu com uma pessoa só ou quando se teve um único grande amor. Fotografias mostrando um casal desde o seu casamento, nascimento do primeiro filho, as festas em família, os rostos envelhecendo, todas as bodas, a chegada dos netos, tudo isso é emocionante e torna-se um bem para as demais gerações, mesmo que um dia seja posto fora ou queimado. Mas quem não viveu uma única vida, quem nunca teve a dádiva de ter encontrado a alma gêmea, deve guardar apenas as lembranças das pessoas que um dia cruzaram seu caminho.

De hoje em diante nada mais guardarei. E se guardar por ser meu momento atual, deletarei quando já não for mais. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Para a posteridade deixarei apenas a pessoa que fui.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Poder Além da Vida

Um dos melhores filmes motivacionais que assisti foi “Peaceful Warrior”, ou Poder Além da Vida, sobre a história real do jovem atleta Dan Milmann que, não podendo mais competir após um acidente, perde a vontade de viver, até que surge em seu caminho um amigo misterioso, a quem chama de “Sócrates”, que o faz ver que a felicidade não é um objetivo, mas um estado de espírito.
Numa cena do filme, Sócrates convida Dan para uma caminhada até o cimo de uma montanha, pois lá havia algo muito interessante para ele ver. E o que Dan viu resumiu-se nas três regras da vida: paradoxo, humor e destino.

1) Paradoxo: a vida é um mistério. Não perca tempo tentando entendê-la;
2) Humor: tenha senso de humor, especialmente sobre si mesmo. É a força por trás de toda atitude;
3) Mudança: nada permanece o  mesmo.

Enfim, é um excelente filme baseado em fatos reais que nos ensina que a felicidade está na jornada e não no destino. Não importa o que encontraremos no alto da montanha que desejamos escalar, mas o sentimento que nos levou a escalá-la.