Não entendo esse
negócio de perdão. Falar que é preciso perdoar até o mais vil dos inimigos é
fácil; difícil é encontrá-lo para quebrar a cara dele e acabar com toda a
teoria que perdão é grandeza de caráter. Vejo pessoas dizendo que perdoariam
até o criminoso que lhes ceifassem da vida algum ente querido. Não dá pra
aturar tanta "benevolência".
Todavia, penso que
existe certo poder no ato de perdoar, mas não é perdoando o inimigo ou algum
amigo-da-onça. Para a vilania, safadeza e ruindade não há perdão. Refiro-me a
perdoar a si próprio, por ter falhado, por não ter feito o que devia, por não
ter tido coragem, por ter deixado passar uma oportunidade. Este é o perdão que
importa, que cura, que é verdadeiro, que faz bem à alma: perdoar a si mesmo. As
pessoas dão um significado errado à palavra "perdão", talvez por
dogma religioso. Pensam que, perdoando um inimigo, vão ser recompensadas
divinamente por isso.
Eu jamais me
perdoaria se tivesse de perdoar, algum dia, alguém que me tivesse feito muito
mal ou à minha família.
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