sábado, 13 de outubro de 2012

A lagarta já morreu, e a borboleta ainda não nasceu.

O cientista Robert Oppenheimer, que coordenou a Operação Manhattam, que gerou a bomba atômica, ficou enlouquecido ao ver esse artefato explodir Hiroshima e Nagasaki. Diante de tanta destruição causada pela sua criação, proferiu a célebre frase: "O maior perigo da humanidade é o cientista alienado".
A alienação, a desumanização a que Oppenheimer fez referência, se alastra hoje pelos mais diversos campos da sociedade. Hoje, o maior perigo para a humanidade é o cientista alienado, o político alienado, o educador, o aluno, o profissional alienado, o consumidor, o cidadão, o ser humano alienado. Uma alienação que põe em risco o próprio projeto civilizatório.
Tempos confusos estes em que nos coube viver.
Dias desleais, de fria indiferença diante do essencial. A chama da bondade, da fraternidade e da compaixão, tão trêmula, vacilante e fraca, a passar a impressão de que a qualquer momento pode se apagar. Os paradigmas do passado já não atendem aos graves desafios que encontramos pela frente.
Toda a violência que nos cerca, a ignorância existencial que se alastra, todas as crises que se espalham por todos os recantos da Terra. Em que curva da estrada foi que perdemos o nosso rumo?
O mundo contemporâneo atravessa uma de suas mais graves crises – uma crise de demolição, caracterizada pelo desmoronar de velhos padrões e certezas.
Nestes tempos de vidraças quebradas e flores partidas, haverá tarefa mais urgente do que reconduzir os passos em direção à senda que conduz à plenitude esquecida?
Da mesma forma que a religião sem ciência nos conduziu à degradação no passado, na atualidade a ciência sem religião está nos levando à autodestruição.
A ciência tem um caminho próprio, que é o analítico. A religião tem um caminho próprio, que é o sintético. Um não precisa do outro. Mas, como afirmou Fritjof Capra: “o ser humano precisa de ambos”. Ciência & Religião.
São as duas pernas que o ser humano necessita para empreender uma jornada com o coração.
São tempos existencialmente duros estes que nos coube vivenciar.
O momento que vivemos encontra-se refletido na seguinte metáfora: “a lagarta já morreu e a borboleta ainda não nasceu”.
O velho mundo já não mais existe, já foi ultrapassado, esfarela-se a olhos vistos, e o novo mundo ainda não surgiu, espera por nascer.
É, sem dúvida, um tempo decisivo, de desafios sem precedentes que ombreamos, todos nós, a quem coube vivenciar estes tempos de transição, de passagem para uma nova época.
“A lagarta já morreu, e a borboleta ainda não nasceu”.
Na escuridão da noite planetária que atravessamos, no pressentimento de uma manhã ensolarada e de um oásis secreto a nos aguardar e redimir no tempo justo, nossa tarefa é a de seguir adiante...
Em marcha!
 
Obs.: Baseado em textos do terapeuta holístico Roberto Crema - Para saber mais sobre Roberto Crema viste o site: http://www.robertocrema.net/

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