quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O PT e a Farta Distribuição de Medalhas

No livro “O Homem sem qualidades”  -  de Robert Musil -, Ulrich, o personagem principal, não tendo qualidades próprias, herdadas, adquiridas ou incorporadas, teve de produzir por conta própria quaisquer qualidades que desejasse possuir, usando a perspicácia e a sagacidade de que era dotado para poder sobreviver num mundo repleto de sinais confusos que não lhe dava garantia alguma de perdurar indefinidamente.
É assim que vejo a farta distribuição de medalhas a petistas, desde que Lula chegou ao poder.  São medalhas entregues a pessoas sem qualidades e sem merecimento. Apenas são dadas por vingança ao antigo regime militar, como um deboche aos militares.
Vejamos:
 
José Genoíno e Sigmaringa Seixas, ambos do PT, mais o militante e trabalhador rural Manoel da Conceição (terceiro nome do PT e exilado político durante a ditadura) foram agraciados com a Medalha do Mérito Legislativo pelos relevantes serviços prestados ao Brasil, por terem “dignificado a história e as lutas do PT tanto no Legislativo quanto na sociedade”.
É claro que as medalhas foram dadas pelo presidente da Câmara, deputado Marco Maia, também do PT.
 
A Medalha Ordem do Mérito da Defesa, condecoração que é dada a quem tenha se "distinguido no exercício da profissão, além de organizações militares e instituições civis que também tenham prestado relevantes serviços ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas no desempenho de suas missões constitucionais" foi dada a Fernando Pimentel (PT), ex-ministro que foi denunciado ao STF por ter desviado recursos quando era prefeito de Belo Horizonte e que resultou em prejuízo de R$ 5,1 milhões para a prefeitura.
 
A Aeronáutica entregou ( foi obrigada a entregar) a medalha de honra ao mérito Santos Dumont para a primeira-dama da República, na época, dona Marisa Letícia Lula da Silva, por ter “prestado destacados serviços à Aeronáutica brasileira, por suas qualidades e seu valor em relação à Aeronáutica”.
Em protesto à condecoração, dois pilotos gaúchos decidiram devolver a medalha: Nelson Riet Correa e Cláudio Candiota Filho.
 
Esta agora é de lascar e um verdadeiro abuso:
 
A Ordem de Rio Branco, no grau de Grã-Cruz, o mais elevado distribuído pelo Ministério das Relações Exteriores e que é entregue pelo presidente da República e pelo chanceler do Ministério, foi dada à primeira-dama Marisa Letícia e à própria mulher do chanceler, Ana Maria Amorim. Como Lula e o Celso Amorim, o chanceler, não podiam entregar as insígnias para as respectivas esposas, inventaram uma viagem ao Exterior para deixar o encargo nas mãos de seus substitutos imediatos.
 
E agora a pior de todas e um soco no estômago:
 
A Medalha da Vitória, comenda concedida a militares e civis que contribuíram para difundir a atuação do País em defesa da liberdade e da paz mundial, em especial na 2ª Guerra Mundial, foi dada ao ex-guerrilheiro José Genoino, por ter atuado na Guerrilha do Araguaia na década de 70.
 
O mesmo José Genoino, condenado pelo STF por corrupção ativa, também foi agraciado com a Medalha de Pacificador, condecoração criada para galardoar militares e civis, nacionais ou estrangeiros, que tenham prestado assinalados serviços ao Exército brasileiro, elevando o prestígio da Instituição ou desenvolvendo as relações de amizade entre o Exército Brasileiro e os de outras nações.
 
O que José Genoino tem a ver com tais medalhas? O que todas as pessoas que citei acima têm a ver com as condecorações que receberam?
E os policiais que são mortos em serviço? E as vítimas que tombaram por causa de bombas e atentados dos ex-guerrilheiros?
 
Para esses, vale a letra daquela canção gaúcha “Sabe Moço”, do Leopoldo Rassier:  “No peito em vez de medalhas, cicatrizes de batalhas foi o que sobrou para mim”.

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