terça-feira, 23 de outubro de 2012

Índios, não se suicidem, mas declarem guerra!

De 1986 para cá, 863 índios já se suicidaram por não poderem mais viver em suas terras. Mas essa estatística jamais é comentada. Morte de índio não dá IBOPE, não vende jornais e nem causa consternação. Afinal, quem se importa com os índios? São calados, pacíficos, não matam animais, não ateiam fogo em mendigos, não fazem barraco, não depredam a natureza e nem ficam esquartejando seus cônjuges. Enfim, são desinteressantes demais para serem levados a sério.
Há pouco tempo foi mostrado no Globo Repórter o drama dos índios que não podiam mais pescar seus peixes por causa das barragens. Por viverem da pesca e pelo fato dos peixes fazerem parte dos seus rituais, a FUNAI enviava peixes já "prontinhos" para eles, mas não era suficiente. Eles se sentiam humilhados. Pescar o próprio peixe faz parte dos rituais indígenas.
Há também o problema dos índios que estão sendo despejados do seu habitat natural por causa da construção da Usina de Belo Monte. E agora há a ameaça de suicídio coletivo dos índios Guarani-Kaiowás caso sejam despejados de suas terras pela Justiça Federal.
Será que dá para as pessoas pararem um pouco de se preocupar com as cotas raciais e pensarem um pouco nos índios?
Para eles não vale essa mania do Governo Federal em dar o peixe pronto sem ensinar a pescar: eles sabem e querem pescar sem depender de ajuda governamental alguma. Só pedem respeito pela sua natureza.
Encontram no suicídio a solução para tanta falta respeito quando, na verdade, poderiam mandar para o Governo o seguinte aviso, caso não fossem tão pacíficos:
RESPEITEM MINHA NATUREZA SENÃO VIRO FERA!
Os tempos mudaram. Não há mais como ter paz sem declarar guerra.

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