“É mais fácil estabelecer a paz na Europa que entre duas mulheres”, já dizia Luís XIV nos anos de 1670. E isso vale até para os dias atuais, só que substituindo “Europa” por “Iraque”.
Coloquem três mulheres trabalhando juntas numa mesma sala. Em poucos dias estão fazendo intrigas, fofocas e “ficando de mal” por qualquer coisinha, isso quando o dia não termina em lágrimas. Já houve até quem dissesse que as mulheres beijam-se reciprocamente porque não podem morder-se umas às outras.
Trabalho numa ala totalmente masculina. Sou a única mulher. E quanta diferença quando eu ainda trabalhava junto com outras mulheres! Homens não ficam comendo biscoitos toda hora (já me disseram que os teclados de PCs femininos costumam ser mais imundos que os dos homens) e nem tomam chá de camomila, de losna, de guaco, de capim-cidró, chá para cabeça, para o estômago, para os nervos etc.
Eles ficam quietos ou só falam a respeito de trabalho, e nem sabem quem está se separando ou quem está de namorada nova. Não há este tipo de pergunta. No máximo, que time ganhou determinado jogo de futebol ou se o fulano de tal empresa ligou.
E costumam se tratar assim:“ Fala, meu bruxo!”; “E aí, meu galo!” – Vejam se alguma mulher ousa chamar outra de bruxa ou de galinha.
Mulheres são ciumentas por natureza. Têm ciúmes até da nova namorada do melhor amigo. Sentem-se usurpadas da atenção que recebiam antes, não porque são apaixonadas, mas pela presença de outra fêmea.
Fico imaginando: E aquelas que são casadas? Como se sentem quando farejam a presença da outra no ar?
Ciúmes e vilanias femininas sempre existiram na história, muito antes do Luís XIV proferir aquelas palavras.
Em 1176, a rainha Eleanor de Aquitânia, aos 54 anos, tentou envenenar Rosamund Clifford, a jovem amante do marido, Henrique II da Inglaterra. Eleanor passou a nutrir um ódio tão violento pela moça que fez de tudo para descobrir o castelo onde ela morava para tentar matá-la. Não contente, ainda conspirou para derrubar seu marido do trono. Foi descoberta e trancafiada durante longos 16 anos numa prisão.
E por que as mulheres são mais ciumentas que os homens?
O ciúme nos homens é mais de caráter sexual. Nas mulheres é mais afetivo. Todo relacionamento sexual gera uma espécie de sentimento de posse, posse do corpo, dos pensamentos, das atitudes do parceiro (a), só que nos homens ocorre mais o medo de ser “corneado”. Nas mulheres, além do medo de ser trocada por outra, há fortes emoções como ira, ansiedade, humilhação, tristeza, ódio, decepção e vergonha. E tudo isso pode gerar um desejo de vingança, mesmo que seja infantil. Os homens, quando se sentem traídos, afastam-se, vão para suas cavernas, remoem suas dores em silêncio ou procuram outras mulheres, mesmo que não estejam a fim delas. As mulheres que se sentem traídas, mesmo que seja somente na imaginação delas, querem saber quem é a outra; onde mora; o que ela costuma comer; o que ela gosta de beber; como costuma se vestir; a cor dos sapatos, dos olhos, dos cabelos, justamente para poderem se comparar à rival: “Será que é mais bonita?”; “O que ela tem que não tenho?” – E por aí vai.
Eu acredito em amizade sincera entre duas mulheres, desde que não exista nenhum tipo de competição que possa gerar sentimentos de insegurança. Só quem confia em si mesma pode confiar nas outras, até mesmo nas amigas do namorado ou marido.
Enfim, amigas, amigas, até que uma intriga ou um homem nos separe.
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