Claro: tem horas que
dá vontade de simplesmente jogar a toalha. Não adianta nada, nada adianta nada.
Os caras vieram para ficar para todo o sempre. São muito mais espertos que nós.
Já tomaram de assalto todo o Estado, a União: privatizaram para eles as instituições
todas. Ocuparam todos os espaços possíveis.
O sujeito faz o que
bem entende. Não tem limite algum. Acha-se maior que tudo, sabe que ninguém
poderá alterar a devoção infinita, cega, de mais de 80% da população. O camarada faz uma
chantagem com um ministro do Supremo – e escapa incólume. Ao fim de uma semana,
vê-se que, na verdade, ele conseguiu o que queria: lançou sombras sobre o
Tribunal que vai julgar o maior escândalo de corrupção da história do Brasil.
O camarada comparece
a um circo de horrores da TV aberta, da TV que é concessão pública, e faz
propaganda aberta de seu candidato à Prefeitura de São Paulo – e está tudo bem,
nenhum TSE vai ousar desautorizá-lo. Faz propaganda de si mesmo e diz que
volta, sim, a ser candidato para impedir que seus rivais voltem a governar o
país – e está tudo muito bem, e quem reclamar é fascista, extrema direita, e
olhe que se mexerem com o Lula botamos o povo na rua!
E o pior é que podem,
sim, botar gente na rua. Eles dominam tudo: o governo federal, todos os postos
importantes, as empresas públicas, a Caixa, a Petrobrás, o Banco do Brasil.
Eles são os donos do governo, da máquina governamental, das centrais sindicais.
Eles são donos de tudo. Privatizaram o Brasil para usufruto deles.
Eles são safos – é
preciso reconhecer. Não são óbvios, primatas, como Stálin, Fidel, Chávez. São
melífluos, fingidores, disfarçados.
Dá vontade de
simplesmente jogar a toalha.
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