terça-feira, 17 de maio de 2011

Bolsonaro e a Cartilha do MEC

Divirto-me com o deputado Jair Bolsonaro. O cara é autêntico e tem a coragem de dizer o que pensa. O problema é que ele não sabe manejar adequadamente as palavras e por isso acaba gerando interpretações dúbias, o que é bem aproveitado pelos oportunistas e hipócritas de plantão.

Voltaire disse: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”. Isso sim é que é democracia!

Além disso, o Art. 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos traz bem explícito: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e de expressão”.
Então, por que diabos querem calar o deputado Bolsonaro, colocar rédeas na sua liberdade de expressão? É lamentável isso que esteja ocorrendo com o deputado. Agora querem que ele prove que não é racista ou homofóbico só porque se posiciona contra certas atitudes que são contrárias ao que ele sente e pensa. Já vi gente se posicionar contra argentinos, asiáticos, gordinhos, carecas, barrigudos, cuspidores de chão, loiras etc. e ninguém foi atirado ao ostracismo por causa disso ou rotulado de preconceituoso.

Basta que uma pessoa pública demonstre ser contra algo ou alguém que o autoritarismo se inflama e insurge-se contra, bem como hipócritas usem a Justiça como arma para calar quem ousa ter ideias e vontade própria.

Prova disso são os inúmeros processos judiciais que o deputado responde por suas declarações polêmicas. Pensei que somente os jornalistas fossem alvo dessa arma covarde – a Justiça – para impedir que certas informações venham a público, mas os cidadãos também estão passíveis desse tipo de impedimento. É preciso “dançar conforme a música”, caso contrário....Processo!

Existe, claro, um tipo de preconceito injusto e discriminatório que é aquele que se traduz em perseguição e maus tratos, como foi o caso da Geisy Arruda, que foi quase massacrada por colegas da faculdade ao vestir um vestido cor de rosa – neste caso, foi a inveja e não o preconceito que atiçou a massa. Cito o exemplo do índio que foi queimado vivo. Mais ainda: os mendigos que foram assassinados por pessoas que não suportavam a sujeira que eles produziam nas ruas. Ser contrário a algo não autoriza ninguém a sair matando e agredindo por aí. Infelizmente, para esse tipo de preconceito que leva a agredir e a matar não existe solução senão a educação e o endurecimento das leis já existentes.

O problema no Brasil é a dificuldade de investimento na educação ou na alteração de quaisquer cláusulas já ultrapassadas nos códigos Civil, Penal, Processual, Tributário, Comercial etc.

Pior, além de não alterarem nada, ainda não fazem valer as leis existentes. Tudo é combatido – até mesmo o preconceito – com imposições de igualdade mascaradas e fictícias por intermédios de leis e decretos criados à revelia.

Entendo que a raça negra sofreu restrições em relação à cultura e à conquista de espaço na sociedade após a abolição da escravatura. Mas as mulheres também não sofriam tais restrições – não tinham acesso à cultura e ao trabalho - e mesmo assim não foram à luta e conquistaram um espaço maior que o esperado? E nem precisaram de cotas na faculdade para evoluir. Bastou estudo, muito estudo, e muita força de vontade para superar os obstáculos impostos por uma sociedade machista.

Não sou racista. Nunca fui e nem nunca o serei, mas sou contra o sistema de cotas, assim como sou contra ao “bolsa-guerrilha” (e as indenizações às vítimas desses guerrilheiros?) e ao bolsa-família. Isso faz de mim uma pessoa preconceituosa? Porque ainda acredito que todas as pessoas são iguais perante a lei, independente de credo, raça, religião, time que torce etc. e que devem vencer por seus próprios méritos?

Não sou contra as cotas, mas sou a favor que pessoas de baixa renda, independente de cor, tenham acesso à faculdade. Não defendo a volta da ditadura, mas sou a favor de punições mais rigorosas a criminosos como o Champinha, talvez até a pena de morte. Não sou contra ao casamento de gays, mas sou a favor que o Governo use seus recursos para publicar cartilhas que previnam a gravidez precoce de adolescentes, que conscientize nossos jovens em relação à paternidade responsável, que eduque e previna em relação ao uso e abuso de drogas e não que estimule ao homossexualismo.
Se for para esclarecer sobre sexualidade, que tratem sobre planejamento familiar e uso da camisinha!

Não sou contra ao homossexualismo e muitos amigos gays que tenho sabem disso. A eles têm de ser dados os mesmos direitos de qualquer cidadão de bem. Eu só não entendo, talvez por ignorância, por que as discussões sobre preconceito limitou-se a racismo e homofobia quando há outros tipos de preconceito que não são debatidos. Discrimina-se por quase tudo: pelo vestuário, pela linguagem, pelo credo, pela posição social, pela cor do cabelo (loiras), pelo time que torce etc. Houve casos de agressões físicas e morais contra negros e gays, mas também houve em relação a moradores de rua, índios e torcedores de times adversários. Será que em defesa a estas pessoas também serão distribuídas cartilhas em escolas?

Uno-me ao deputado Jair Bolsonaro e faço-me valer do meu direito de opinião e de expressão. E digo agora:

Para o raio que parta o MEC e seu kit para combater a homofobia nas escolas, a partir do ensino fundamental! Há coisas mais importantes a tratar do que tornar visível aos nossos jovens a prática de um grupo minoritário que só precisa de aceitação e tolerância por parte da sociedade. Para o raio que parta esse Governo que não prioriza a melhoria do ensino, a valorização dos professores e a segurança nas escolas!

Por que não admitem e esclarecem as situações insólitas e as realidades de um grupo minoritário de uma forma que os seres humanos, mesmo aqueles ainda em formação, compreendam e aceitem as diferenças de forma saudável e pacífica, sem agressões? Imposições de igualdade, de qualquer tipo, por força da lei, só semeiam falsidade, hipocrisia, maior desrespeito e a violência. O caminho é a EDUCAÇÃO. Educar para se querer bem o próximo, independentemente de raça, religião, time que torce, condição social etc. não é impor uma aceitação que nem todos poderão concordar -  uma vez que cada indivíduo é soberano sobre si mesmo, seu corpo e sua mente -  mas  conscientizar que nem sempre podemos considerar todo mundo em igualdade absoluta e  irrestrita  (sejam  gays, lésbicas, aidéticos, cuspidores de cão etc.), e que é preciso agir com moderação e respeito diante do comportamento de quem tem livre arbítrio para fazer suas escolhas - desde que não acarrete má influência ou gere riscos a outrem.

Para finalizar esse desabafo, vou confessar um preconceito que tenho e que me leva a ter instintos assassinos cada vez que vejo uma criatura agir de forma a me causar aversão:

Tenho ódio de homens que cospem no chão! Tenho vontade de matar qualquer um que cuspa escatológica e ruidosamente na minha frente, principalmente depois de eu ter feito uma lauta refeição. Nem sempre o preconceito surge da má fé de quem o possui, mas da falta de educação de quem não sabe dosar a liberdade com o respeito ao próximo.

Deixo os três vídeos referentes à cartilha do MEC que será distribuída a crianças entre 6 a 14 anos. Que cada um tire suas próprias conclusões. Eu sou contra. Queimem-me na fogueira juntamente com o Bolsonaro, crucifiquem-me, mas valho-me da minha liberdade de opinião e de expressão.

Em relação ao deputado Bolsonaro, de quem sou fã, comparo-o a John Stuart Mill, sobre quem aprendi na faculdade. Liberal, individualista, inconformista e sempre lutando contra a sociedade de seu tempo, mesmo assim foi considerado o melhor filósofo inglês do séc. 19.








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