quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sinfonia dos Sonhos

Conforme Jacques Lacan, a realidade é para quem não pode suportar o sonho. Ele se referia àquelas pessoas que se refugiam na racionalidade para ocultar seus desejos internos, não permitindo que as emoções aflorem. Então, reprimem seus anseios criando outro “Eu”.  É como a história do “Cisne Negro”. Virou moda, após o filme, as pessoas dizerem “solta o teu cisne negro” como uma maneira de dizer “liberta-te”. Vulgarmente falando, seria o mesmo que dizer “soltar a franga”. No filme, o cisne branco é a imagem da pureza, da inocência, enquanto o cisne negro personifica a sensualidade, a desenvoltura. Aí é que entra a ética de Lacan, pois a única coisa da qual alguém possa ser culpado – ao menos na perspectiva analítica, é de ter cedido em seu desejo.

Certa estava Clarice Lispector quando escreveu: “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, pois viver ultrapassa qualquer entendimento”.

Ou Shakespeare, em sua obra “Sonhos de uma noite de verão”:

Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há quem diga que nem todas, só as de verão. Mas no fundo isso não tem muita importância. O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre. Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado”.

E é tendo essas palavras na minha mente, que relembro o sonho de uma noite de verão, num certo dia do mês de fevereiro de 2011, e que me faz sonhar acordada até hoje.

Os planos
E os sonhos que ardem em nós
De amantes no fundo
De um rio a rolar
Cometas no céu
Os sonhos são assim
Essência à luz das constelações
A plenitude e o fim...
Segue a nave-vida
Pelo azul
E os nossos desejos vão além.


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