Policiais mortos em serviço. Crianças atingidas por balas perdidas. Motoristas sucumbindo em assaltos à mão armada. Residências arrombadas e saqueadas. Homens e mulheres feridos a tiros ou facadas. Cidadãos violentados pela insegurança pública. Brasileiros de bem enjaulados, amedrontados da própria sombra. Brasileiros do mal à solta pelas ruas, sem nada temer ou perder. Retrato de uma guerrilha urbana tendendo a não ter fim e que parece não preocupar nossos homens públicos. Governantes e parlamentares que circulam soberanos e incólumes com escoltas armadas, carros blindados e guarda-costas.
Pode ser resultado da pobreza, do desemprego, da economia excludente, da má distribuição de renda. Mas também é fruto da falta de vontade política de policiar as ruas que estão cada vez mais proibidas ao cidadão de bem, em especial, à noite nas metrópoles e cidades de médio porte. A insegurança ultrapassou há muito o limite do tolerável. Em 2010, ocorreram quase 5 mil roubos de veículos em Porto Alegre contra 10,5 mil em todo o Estado. Já os casos de furtos foram 3,4 mil na Capital e 14,8 mil no Rio Grande do Sul.
A maioria com ocorrência de latrocínio ou agressões aos motoristas. No Brasil foram registrados mais de 1 milhão de mil assaltos no ano passado, com mais de 55 mil vidas ceifadas pelos facínoras. São números frios somente sentidos pelos traumatizados pelas perdas e pela violência cotidiana. No meio disto tudo e como motor da maioria das ocorrências está a droga, nas suas formas mais variadas, desde o álcool até a insanidade voluntária do crack.
A hora é de atitude. Há que se dar um basta à marginalia, aos assassinos, traficantes, meliantes, fraudadores, punguistas, larápios, estupradores que grassam nas ruas, alamedas e becos do país. Talvez seja o momento de repensar uma adaptação tupiniquim da Big Apple nos anos 90: tolerância zero ao crime!
Lembremos da política corajosa e inclemente do prefeito Rudolph Giuliani, que naquela Nova Iorque controlou a corrupção policial, ampliou verbas para melhor remuneração e equipamento das forças de segurança, promoveu ações eficazes combatendo tanto o pequeno delito quanto o crime de maiores proporções.
Sabemos que providências deste gênero, bem como o policiamento ostensivo noite e dia, surtem melhor resultado aliadas ao aumento dos recursos para a minimização da miséria e do desemprego, com menor pressão no grande “panelão social”.
Não bastam ações marqueteiras nas favelas ou espetáculos de força bruta nos guetos. É necessária uma política de segurança que devolva as ruas aos cidadãos.
Tolerância zero ao crime, à insegurança, à marginalidade que atordoa, amedronta e enclausura a sociedade!
*Vilson Antonio Romero é Jornalista, diretor de Direitos Sociais e Imprensa Livre da Associação Riograndense de Imprensa – vilsonromero@yahoo.com.br
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