sábado, 2 de julho de 2011

Hino Nacional Atualizado - Manoel Assis (*)



Ouviram do Tietê às margens poluídas
De um povo pobre o grito agonizante,
E as leis da impunidade em parágrafos trágicos,
São aprovadas em Brasília neste instante.


Se o Senhor nos der igualdade
Conseguiremos construir um país forte,
E em teu nome, ó solidariedade,
Que a fome não nos leve à própria morte!

Ó pátria amarga,
Atrofiada,
Salve-se! Salve-se!



Brasil, um roubo imenso, um caso típico,
Justiça e seriedade o povo pede,
Se em teu famoso congresso, errôneo e fingido,
A imagem da democracia apodrece.





Gigante pela própria esperteza,
Corrupção e farsa é o teu colosso,
E o teu futuro espelha a incerteza.





Terra marcada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!

Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!



Dormindo profundamente entre escândalos,
Ao grito da fome e à luz do caos profundo,
Vergonha, ó Brasil porão da América,
Iluminado ao desejo de um novo rumo!




Do que a terra mais sofrida
Teus tristonhos, raros campos não têm flores;
Nossos desertos não têm vida,
Nossa vida no teu seio só clamores!




Ó pátria amarga,
Atrofiada,
Salve-se! Salve-se!



Brasil, a comida do lixo fez-se um símbolo
O pão que sustenta o favelado,
E diga nunca mais pra esta fórmula
- E que o futuro não repita o passado.



Mas se a voz da injustiça for mais forte,
Veremos jorrar sangue nessa luta,
Teu povo está entregue à própria sorte.







Terra marcada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!

Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!

*Manoel Assis, santa-mariense, conhecido como o poeta da juventude do Brasil, nasceu na Lagoa dos Peixes, zona rural. Em 1988 deixou Santa Maria para morar em Manaus/AM.
Imagens do Google.

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