Ouviram do Tietê às margens poluídas
De um povo pobre o grito agonizante,
E as leis da impunidade em parágrafos trágicos,
São aprovadas em Brasília neste instante.
Se o Senhor nos der igualdade
Conseguiremos construir um país forte,
E em teu nome, ó solidariedade,
Que a fome não nos leve à própria morte!
Ó pátria amarga,
Atrofiada,
Salve-se! Salve-se!
Conseguiremos construir um país forte,
E em teu nome, ó solidariedade,
Que a fome não nos leve à própria morte!
Ó pátria amarga,
Atrofiada,
Salve-se! Salve-se!
Brasil, um roubo imenso, um caso típico,
Justiça e seriedade o povo pede,
Se em teu famoso congresso, errôneo e fingido,
A imagem da democracia apodrece.
Justiça e seriedade o povo pede,
Se em teu famoso congresso, errôneo e fingido,
A imagem da democracia apodrece.
Gigante pela própria esperteza,
Corrupção e farsa é o teu colosso,
E o teu futuro espelha a incerteza.
Corrupção e farsa é o teu colosso,
E o teu futuro espelha a incerteza.
Terra marcada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!
Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!
Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!
Ao grito da fome e à luz do caos profundo,
Vergonha, ó Brasil porão da América,
Iluminado ao desejo de um novo rumo!
Do que a terra mais sofrida
Teus tristonhos, raros campos não têm flores;
Nossos desertos não têm vida,
Nossa vida no teu seio só clamores!
Teus tristonhos, raros campos não têm flores;
Nossos desertos não têm vida,
Nossa vida no teu seio só clamores!
Atrofiada,
Salve-se! Salve-se!
Brasil, a comida do lixo fez-se um símbolo
O pão que sustenta o favelado,
E diga nunca mais pra esta fórmula
- E que o futuro não repita o passado.
O pão que sustenta o favelado,
E diga nunca mais pra esta fórmula
- E que o futuro não repita o passado.
Mas se a voz da injustiça for mais forte,
Veremos jorrar sangue nessa luta,
Teu povo está entregue à própria sorte.
Terra marcada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!
Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amarga!
Os miseráveis deste solo já são mais de mil,
Pátria amarga,
Brasil!
*Manoel Assis, santa-mariense, conhecido como o poeta da juventude do Brasil, nasceu na Lagoa dos Peixes, zona rural. Em 1988 deixou Santa Maria para morar em Manaus/AM.
Imagens do Google.
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